Depois de alcançar o 29.º título de campeonato nacional, o FC Porto conquistou, no sábado, pela 17.ª vez, a Taça de Portugal de futebol ao vencer o Benfica, por 2-1, na final disputada no Estádio Municipal de Coimbra.
Num encontro marcado pela expulsão de Luiz Díaz, por acumulação de amarelos, e de Sérgio Conceição, por protestos contra a equipa de arbitragem, logo na primeira parte, os dragões conseguiram inaugurar o marcador no recomeço do segundo tempo (47’), com um golo de Mbemba, que repetiu o feito 10 minutos depois.
A equipa adversária reduziu a desvantagem, aos 84’, através da marcação de uma grande penalidade, por Carlos Vinícius, fixando o resultado em 2-1.
“Dominámos e controlámos até o Benfica ter mais um homem em campo. Esta equipa encarnou o povo do Norte: leal, trabalhador e que nunca vira a cara à luta. O caráter está presente no dia a dia. Acaba por se ruma consequência natural destes homens”, resumiu Vítor Bruno, que acabou promovido à primeira posição do banco portista, depois da expulsão de Sérgio Conceição.
Para o treinador-adjunto, o FC Porto controlou, dominou, conseguiu manietar o corredor central do Benfica. “Com bola tentámos ferir ao máximo a debilidade do nosso adversário, A partir desse momento foi preciso tocar a reunir e isso foi um bocadinho o segredo do jogo. A bola parada deixou um bocadinho surpresos os que reduzem o nosso jogo. O FC Porto tem de ferir o adversário, seria um erro não capitalizar a capacidade de ferir o adversário”, salientou, destacando que foi “um FC Porto igual a si próprio, igual à gente do Norte”.
“O grande significado acaba por ser tornado ainda maior pelo que sofremos em finais anteriores. Posso estar a puxar a brasa à nossa sardinha, mas nas quatro finais anteriores ficou um sentimento de alguma injustiça. A crença era muito grande e o segredo foram aqueles minutos dentro do balneário. Em que um olhar, um gesto, um toque, uma palavra, fez a diferença”, referiu ainda.
O presidente do clube, Pinto da Costa, também se manifestou quanto à conquista da dobradinha, afirmando que este “foi o título que mais alegria” lhe deu, “pelas dificuldades, pela situação caótica do país e pela vontade de televisões e jornais de não ganharmos”. “Foi um percurso longo e difícil, com muitas cascas de banana para nos tentar fazer cair, mas a tudo soubemos reagir e tudo soubemos ultrapassar”, sublinhou.
Pinto da Costa deixou uma mensagem emotiva a todos os jogadores e dirigiu palavras especiais ao treinador: “Tenho pelo Sérgio Conceição um amor fraterno. Vi-o chegar aqui com 16 anos, acompanhei a sua carreira, a sua vida e a forma como subiu pela escada sem ajudas. Todos compreenderão que, para mim, vê-lo entre as duas taças é como se estivesse a ver um filho ou neto. São momentos de glória e que são inesquecíveis”, apontou.
Segundo o jornal O Jogo, o presidente do clube terá manifestado, novamente, o seu desejo em renovar com Sérgio Conceição. “Não é urgente, porque temos um ano para a fazer, mas espero fazê-la [renovação] em breve”, garantiu.
De acordo com a mesma publicação, o treinador deslocar-se-á esta manhã ao Olival já com a próxima temporada no pensamento, na qual tentará alcançar o bicampeonato.
A confirmar-se, esta poderá ser a terceira renovação de Sérgio Conceição com o FC Porto, depois o ter feito, pela primeira vez, em maio de 2018, e a segunda, em março de 2019.
Recorde-se que o FC Porto não vencia a Taça de Portugal desde 2010/11, quando tinha feito a última dobradinha.
