O FC Porto venceu, na quarta-feira, o Sporting, por 2-0, e conquistou assim o título de campeão nacional da Liga, pela 29.ª vez na história do clube.
No clássico frente ao Sporting, referente à 32.ª e antepenúltima jornada da Liga, os dragões precisavam apenas de um empate para garantir o título de campeão nacional. Danilo e Marega marcaram os golos da triunfo.
No final do encontro, Sérgio Conceição mostrou-se visivelmente feliz com a conquista deste título, num ano completamente atípico para o futebol português, e destacou que foi a união do grupo que tornou possível esta conquista. “União é a palavra que define este título. A união do grupo de trabalho, dos jogadores e o acreditar de todos num momento difícil. Depois do jogo com o SC Braga, no qual merecíamos outro resultado e ficámos a uma distância considerável do rival, foi fundamental continuarmos a acreditar no nosso trabalho, na qualidade dos jogadores e das pessoas que os ajudam”, afirmou, em declarações ao Porto Canal.
“Os jogadores são os grandes obreiros deste título, mas ainda têm outro para ganhar. Já merecíamos ter ganho a Taça de Portugal e muitos jogadores que a perderam merecem vencê-la. Vamos continuar a fazer o nosso trabalho. Considero este um dos títulos mais importantes do FC Porto e que se deve a todos os que trabalham connosco”, sublinhou ainda, dedicando este título à sua mulher, filhos e pais.
O técnico realçou ainda a falta do “Mar Azul” no Estádio do Dragão. “É uma pena não vermos o Dragão cheio para assistir a um jogo muito rico taticamente, com duas boas equipas. Sinceramente, foi um dos melhores jogos do campeonato em termos de estratégia delineada. Jogaram alguns jogadores que habitualmente não são utilizados no onze titular e que deram uma resposta fantástica. O público merecia estar a viver esta alegria connosco”, apontou.
O mesmo considerou a equipa, nomeadamente Danilo, um dos autores do golo da vitória, ainda em campo: “É muito bom ser campeão. Falta o público, não é a mesma coisa. Mas é bom na mesma. Foi um ano muito difícil”.
Já o presidente do clube, Pinto da Costa, realçou que os adeptos, mesmo não estando, foram importantes, uma vez que “tudo o que se passou nestes dias, o acompanhamento, nomeadamente dos Super Dragões desde o hotel, e percorrendo as ruas da cidade, foi um incentivo fantástico para toda a gente”.
“Só um clube e uma equipa como o FC Porto, depois do estar em janeiro a sete pontos de distância, com alguns a fazerem o funeral, conseguiria fazer isto. Só este clube, este treinador, estes jogadores e estes adeptos seriam capazes de virar uma desvantagem quando muitos diziam que os sete pontos iam passar a dez. Depois daquela derrota na final da Taça da Liga, com aqueles acontecimentos empolados por pessoas que viram ali uma forma de pregar pregos no caixão do FC Porto, o clube mostrou que não se deixa vencer”, afirmou.
A propósito de Sérgio Conceição, Pinto da Costa não tem duvidas de que hoje todos reconhecem o seu valor “em termos técnicos, táticos e na forma de trabalhar, mas sobretudo na forma como assume a defesa da bandeira do FC Porto”. “Ele é o primeiro defensor e só com este espírito era possível dar a volta ao que sucedeu no final da primeira volta”, acrescentou.
Com esta vitória, o treinador, no Dragão desde 2017/18, igualou uma marca que pertencia a José Mourinho (FC Porto) e Jimmy Hagan (Benfica), que haviam sido os únicos na história do futebol português a vencer os quatro jogos frente a Benfica e Sporting na mesma temporada.
Esta temporada, os dragões bateram o Benfica no Estádio da Luz (2-0) e no Dragão (3-2) e fizeram o mesmo aos leões, uma vez que na primeira volta venceram em Alvalade por 2-1.
Sérgio Conceição diz que o objetivo agora é ganhar a Taça de Portugal: “Pensamos agora em preparar bem os jogos que vêm aí. Disse na antevisão que os próximos jogos são jogos em que temos de ser sérios e ambiciosos, independentemente do que acontecesse. São equipas que estão a lutar por outros objetivos”. “O jogo mais importante a partir de agora é o jogo da final da Taça de Portugal”, assegurou.
No relvado do Dragão, Iker Casillas também falou aos jornalistas e garantiu sentir-se campeão como portista. “Este campeonato é importante e diferente para todos nós. Agradeço os movimentos dos adeptos, que queriam que eu jogasse. São muitos anos mas, mais do que depender de mim, depende dos médicos. Os jogadores estiveram muito bem e merecem este título”, sublinhou.
Recorde-se que esta é a 29.ª vez que o FC Porto alcança o título de campeão naconal de futebol, e a segunda nos últimos três anos, com Sérgio Conceição ao leme da equipa.
Apesar da impossibilidade de marcarem presença no Estádio do Dragão, tendo em conta o atual contexto de pandemia de covid-19, centenas de adeptos saíram à rua para festejar o campeonato.
