As medidas tomadas para reforçar a segurança no recinto onde decorreu a edição deste ano da Queima das Fitas “resultaram para todos”, considera a Federação Académica do Porto (FAP).
“Houve um compromisso de todos os parceiros e entidades em fazer da Queima das Fitas do Porto um espaço confortável e, apesar de todo o alarido à volta dela, esta foi mais uma edição de sucesso, de partilha, de sorrisos e de sentimento de academia e penso que as pessoas levam uma boa imagem para casa”, afirmou à Lusa o presidente da FAP, João Pedro Videira, citado pelo Notícias ao Minuto.
Segundo o responsável, as melhorias ao nível da segurança implementadas este ano no recinto da Queima teve “bons resultados”: as torres de vigia colocadas levou à redução dos “‘blind spots’ [pontos cegos] que existiam”, permitindo “uma maior e melhor deteção dos focos de problemas”, além de terem “um efeito dissuasor”.
“Houve uma redução de 90% do número de saídas para o hospital por parte do dispositivo de apoio clínico”, disse, adiantando que a média foi de “três saídas por noite”, sendo que “numa das noites não houve mesmo nenhuma saída”.
“O número de ocorrências e de pedidos de apoio clínico também reduziu bastante face aos anos anteriores”, acrescentou.
João Pedro Videira destacou ainda a presença no recinto, todas as noites, de candidatos às eleições europeias de dia 26 de maio, para falarem com os estudantes “sobre a Europa”.
Segundo o responsável da FAP, esta iniciativa registou “uma boa adesão, com cerca de 50 a 60 pessoas” a marcarem presença em cada uma das sessões.
A sustentabilidade não foi esquecida e houve mesmo “um reforço do ‘compromisso verde'” ao nível dos resíduos produzidos. De referir ainda a aposta feita no “aumento do conforto no que diz respeito às casas de banho” e a implementação de uma praça da restauração “com 300 lugares sentados, o que permitiu às pessoas ter uma melhor experiência no recinto”.
João Videira mencionou ainda a ação conjunta com os responsáveis do projeto antissexista Ponto Lilás, uma “iniciativa pioneira em Portugal” no âmbito da qual mais de 200 estudantes voluntários fiscalizaram o recinto da Queima para combater, com “tolerância zero”, qualquer violência sexual, de género e física.
Segundo o responsável, tratou-se de um “reforço do compromisso com a responsabilidade social”, no sentido de “prevenir e reagir a situações de abuso sexual, discurso do ódio, violência de género ou sexismo”, já que a FAP tem “consciência de que em espaços de diversão noturna podem existir situações menos agradáveis, em que as pessoas possam ficar mais desprotegidas”.
João Videira Salientou ainda a introdução, no regulamento das barraquinhas, de “um ponto recomendando a não utilização de conteúdos sexistas ou sexuais e, quando pisado o risco, reagiu-se em conformidade, o que resultou para todos”.