
531 anos depois de Samuel Gacon ter impresso em Faro o primeiro livro produzido em Portugal segundo o método dos caracteres móveis inventado pelo alemão Johannes Guttenberg, a Casa do Design de Matosinhos dedica uma grande exposição à tecnologia que permitiu reconfigurar o mundo e a transmissão do saber, de 10 de maio a 3 de novembro.
“Imprimere – Arte e Processo nos 250 Anos da Imprensa Nacional” vai ser inaugurada no dia 10 de maio, às 18h, explorando os principais processos e técnicas de artes gráficas relacionadas com a produção do livro.
A exposição, promovida pela Câmara Municipal de Matosinhos, pela esad-idea Investigação em Design e Arte e pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, assinala o 250º aniversário da fundação da Impressão Régia e ficará patente até 3 de novembro, mostrando instrumentos, máquinas, tecnologias e artefactos que ilustram a história da produção gráfica em Portugal.
Com curadoria de Rúben Dias e Sofia Meira, a extensa mostra documental “contará com duas máquinas históricas em funcionamento e um espaço-oficina onde o público poderá conhecer e experimentar algumas das técnicas de impressão. Rúben Dias é tipógrafo, designer de tipos e docente na ESAD, e Sofia Meira é designer gráfica e responsável pela Oficina de Tipografia da ESAD, estando ambos a desenvolver investigação nesta área”, revela nota da autarquia.
A mostra explora de forma didática os principais processos, técnicas e tecnologias de artes gráficas subentendidas à produção do livro.
Numa altura em que técnicas gráficas artesanais se têm revelado uma alternativa aos atuais sistemas massificados de produção, “Imprimere – Arte e Processo nos 250 Anos da Imprensa Nacional” permite, assim, “redescobrir as tecnologias que marcaram a execução do livro, num paralelismo com a história da Imprensa Nacional, que acompanhou e contribuiu ativamente para a evolução das artes gráficas em Portugal, da Impressão Régia à atualidade. Do papel à encadernação, passando pelos tipos, pela calcografia, pela serigrafia e pela litografia, a exposição constitui um dos momentos altos da programação cultural de Matosinhos em 2018”, pode ler-se na nota.
“Se a Bíblia impressa por Guttenberg em 1455 constituiu um salto admirável para as possibilidades de generalização do conhecimento, da cultura e da consciência de que somos herdeiros, a criação da Imprensa Nacional, há 250 anos, deve ser recordada como um momento histórico em que o Estado assumiu a responsabilidade de contribuir para a instrução dos seus cidadãos, procurando que o livro e o saber a ele associado chegassem a um número cada vez maior de pessoas, e divulgando a cultura e a língua portuguesas”, escreve a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, no catálogo da exposição.