O dia chuvoso e triste não interferiu com a excitação sentida por entre carreiros estreitos, de lama e pedras, cujos ramos das árvores e arbustos que os ladeavam, batiam, fortemente, e com insistência, nos grossos vidros do camião azul bebé de Elisabete Jacinto. Quase nos sentimos como verdadeiros co-pilotos.
Calendário para a época restante
Estando a meio de uma época desportiva, a equipa iniciou um conjunto de pequenos aperfeiçoamentos que ambicionam tornar o MAN TGS de competição todo-o-terreno cada vez mais competitivo. De acordo com José Marques, o que resta de 2013 vai ser passado por entre viagens e mais provas. Já a partir da próxima semana, entre 4 e 12 junho, a equipa de Elisabete Jacinto parte para Marrocos, onde irá realizar alguns testes ao camião, nomeadamente de suspensão. Para a equipa portuguesa, segurança e competitividade são fatores essenciais e, por essa razão, continua a sua aposta no desenvolvimento contínuo ao nível das suspensões do camião, no qual foi também construído, este ano, um novo suporte da cabine. “Temos de ir a Marrocos para realizar os testes e fazer todas as afinações, uma vez que não existe, mais próximo, um clima semelhante ao dos percursos que habitualmente fazemos com o camião. Os testes têm de ser feitos em condições semelhantes às que se nos vão deparar”, refere Marco Cochinho, navegador da 
piloto. Os testes serão realizados sobre as dunas do Erg Chebbi e nas duras pistas da região de Erfoud. De 19 a 21 de julho, a disputa de mais uma prova leva-os a Espanha, onde irão participar na Baja de Arágon, já com os novos fatos de competição, imagem renovada e um novo estilo. Depois de um descanso entre os meses de agosto e setembro, o Rali de Marrocos surge em força, de 13 a 19 de outubro, e exige mais esforço à equipa, que entra, novamente, em competição. A prova rainha antecipa o final de ano, já que, a partir de inícios de Dezembro, a equipa embrenha-se totalmente numa espécie de estágio para o Africa Eco Race que, este ano, se realiza entre 29 dezembro e 12 janeiro.
Africa Eco Race
O MAN TGS de competição TT é composto por uma estrutura tático-militar, devido à maior resistência do material. “São veículos que têm de aguentar todo o tipo de choques, em terrenos violentos e, como tal, têm de ter uma estrutura base muito forte”, explicou Jorge , lamentando, no entanto que não se possa ultrapassar a velocidade de 150 quilómetros/hora na prova. “Já há teorias que defendem baixar para os 140, qualquer dia isto perde toda a piada”, brinca.
A equipa da Oleoban parte, agora, para mais um desafio dos muitos que ainda falta até terminar a época desportiva. A piloto portuguesa corre há uma década em camião no todo-o-terreno, tendo-se iniciado na competição, em 1992, nas duas rodas. A ligação de Elisabete Jacinto à marca alemã MAN Truck surgiu em 2006, tendo sido o Rali Lisboa-Dakar 2007 a sua primeira grande corrida neste género. Em 2009, o MAN TGS substituiu o modelo anterior e a equipa portuguesa fez a sua aparição em corrida no Rali de Marrocos, servindo de preparação à antecipação na atual grande maratona africana, o Africa Eco Race. Entre 2010 e 2013, a equipa atingiu sucessivos lugares no pódio, tornando-se numa referência das corridas africanas. Ainda em 2012, o MAN TGS surgiu com uma nova imagem, sempre ao mais alto nível de competitividade. No Rali de Marrocos, Elisabete Jacinto confrontou-se com uma série de camiões verdadeiramente competitivos, tendo conseguido ascender ao pódio e ser sétima na classificação geral auto/camião. Em 2013, a piloto completou a sua quarta participação no Rali Africa Eco Race, classificando-se no terceiro posrto entre camiões e em sétimo na geral. Para a fase final da época desportiva, resta-nos um desejo: Boa sorte, Elisabete!
