O presidente da Câmara do Porto foi mandatado pelo executivo municipal para votar na Assembleia Geral da Associação dos Amigos do Coliseu a proposta de concessão do equipamento cultural encontrada com dois parceiros institucionais do Coliseu do Porto: Governo e Área Metropolitana do Porto.
A vereação aceitou também a proposta de Rui Moreira de recondução de Nuno Lemos, quadro da Águas do Porto e anteriormente administrador da Porto Lazer, como representante do Município na Associação.
A Assembleia Geral da Associação dos Amigos do Coliseu está marcada para a próxima sexta-feira, dia 13 de abril, e o autarca defendeu porque considera que a proposta de concessão da emblemática sala de espetáculos portuense ser a melhor solução.
Rui Moreira lembrou que o “equipamento sempre foi privado” e que esta proposta salvaguarda a continuidade da Associação, “que desde 1995, ano em que foi fundada, até à presente data, nunca demonstrou capacidade financeira para avançar com obras no edifício”, escreve o Porto..
Rui Moreira esclareceu ainda a razão pela qual a requalificação do Coliseu do Porto não poder contar com fundos comunitários.
Fazendo referência ao presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, o presidente da Câmara do Porto disse que “mesmo se houvesse entre 400 a 600 mil euros disponíveis por overbooking
[excedentes de fundos]
, é à Área Metropolitana que compete distribuir fundos e os mesmos nunca seriam entregues à cidade do Porto”. Isto porque “além de não se afigurar plausível que pudessem ser atribuídos a um equipamento cultural da cidade – quando um outro, o Teatro Nacional de São João, beneficiou em 2018 de cerca de 2,6 milhões de euros do Portugal 2020 -, caso se equacionasse esse destino à hipotética verba, a votação do Conselho Metropolitano teria de ser unânime, o que por razões óbvias nunca aconteceria”, lê-se no portal de notícias da autarquia.
De referir que as obras de requalificação do edifício estão estimadas em 8,5 milhões de euros.
O presidente portuense disse ainda ter sido o “mecenato que a Câmara do Porto conseguiu com a AGEAS”, que tem levado o Coliseu a manter a sua atividade e compromissos intactos. Com Governo e AMP a descartarem uma solução do financiamento conjunta, também o Município não pode levar avante a intenção de investir no Coliseu isoladamente, disse ainda Rui Moreira.
O mandato no presidente da Câmara do Porto para votação na Assembleia-Geral dos Amigos do Coliseu foi aprovada por maioria, com voto contra da vereadora da CDU e abstenção do vereador da PSD. A votação secreta para a designação de Nuno Lemos como representante do Município do Porto na direção da Associação Amigos do Coliseu do Porto obteve sete votos a favor e dois em branco.
De recordar que Rui Moreira, anunciou, a 29 de janeiro, que a autarquia, a Área Metropolitana do Porto e o Ministério da Cultura, os três maiores parceiros institucionais do Coliseu do Porto, vão propor que este emblemático equipamento cultural da cidade seja concessionado. O concurso público para a reabilitação e exploração do Coliseu apresentaria algumas “salvaguardas”, como a impossibilidade de alteração da atual atividade da sala de espetáculos e ainda a garantia de que os postos de trabalho dos cerca de 30 funcionários do espaço estarão assegurados durante a execução das obras de restauro.