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“Eu Mando”

“Eu Mando”
Associações académicas juntam-se para convencer os estudantes a votarem nas autárquicas

A ideia foi apresentada, numa reunião, pela Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE) e conquistou, de imediato, as restantes entidades presentes. O objetivo, esse, é simples: o de mostrar aos jovens a importância de exercerem o seu direito de voto nas eleições autárquicas do próximo domingo. A campanha de sensibilização, batizada, em jeito de grito de determinação, como “Eu Mando”, está a ser dinamizada nas redes sociais para agitar consciências. “Numa das reuniões regulares que temos, a AAUE apresentou a ideia às federações e associações académicas presentes. Desde o primeiro momento que foi unânime a pertinência da campanha e começamos a trabalhar no sentido de a tornar uma realidade”, contou Rúben Alves, presidente da Federação Académica do Porto (FAP).

campanha_1Lançada no início de setembro, através da criação de uma página de Facebook, a campanha prende-se com a divulgação de informação relevante, numa tentativa de contrariar a crescente abstenção registada nas últimas eleições efetuadas para as autarquias locais. No ato eleitoral de 2009, por exemplo, de acordo com dados da Pordata (Base de Dados Portugal Contemporâneo), a taxa de abstenção atingiu os 41%, depois de, em 2005, se ter ficado nos 39%. Por isso, tal como explicou o responsável da FAP, o projeto surge para motivar os jovens a exercerem o seu direito de voto. “Independentemente da sua opção política, e mesmo que estejam descontentes com o panorama político atual, temos de os consciencializar de que uma democracia forte depende da participação dos cidadãos. Consecutivamente, a participação dos jovens nos atos eleitorais é bastante reduzida e nós temos de tentar inverter esta tendência”, sublinhou.

Para além disso, elucidou o presidente da AAUE, Paulo Figueira, outra intenção da iniciativa é a de “informar os estudantes deslocados do seu concelho – e que queiram votar – sobre os passos necessários para efetivar esse voto”. Apesar de se apoiar sobretudo nas redes sociais, a campanha materializou-se também na distribuição de cartazes nas instituições envolvidas para que “os jovens não se distanciem cada vez mais da política e, consequentemente, dos centros de tomada de decisão”.

“Revitalizar uma vertente do associativismo estudantil meia adormecida”

De acordo com os dois dirigentes académicos, o feedback da “Eu Mando” está a ser “bastante positivo”, não só entre os jovens. “As federações e associações académicas decidiram sair da sua zona de conforto (discussão das políticas para o ensino superior) e utilizar os seus meios para incentivar a participação democrática. Quem conhece a campanha reconhece que é um movimento importante”, notou Rúben Alves. Para Paulo Figueira trata-se também de uma estratégia destinada a “revitalizar uma vertente do associativismo estudantil que estava meia adormecida”. “E esperamos que esta seja a primeira de muitas campanhas cívicas deste movimento. O facto de muitas associações de estudantes, para além das promotoras iniciais, se terem associado, assim como o próprio Conselho Nacional de Juventude atesta a dimensão que a iniciativa tem atingido”, acrescentou.

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campanha_3“Descrença na classe política” engrossa números da abstenção

Para o presidente da FAP, na origem dos elevados valores de abstenção entre os jovens está, “genericamente, e tal como acontece com outras gerações, a descrença na classe política”. “Além disso, e particularmente nos jovens, há um sentimento (errado) de inutilidade do seu voto”, sublinhou. Por isso, um dos princípios da campanha de sensibilização é, segundo o responsável, o de explicar aos estudantes que, mesmo que não queiram votar em nenhum dos candidatos, podem, pelo menos, ir fazer um voto em branco.

“Primeiro episódio de uma intervenção mais global”

Mas mais do que um ato isolado – pensado exclusivamente para as eleições deste domingo – o projeto “Eu Mando” pretende continuar a dar que falar. “Esta campanha deve ser entendida como o primeiro episódio de uma intervenção mais global que as federações e associações académicas devem ter na defesa dos interesses dos jovens”, concluiu Rúben Alves.

Texto: Mariana Albuquerque

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