Depois de, na semana passada, durante o balanço do primeiro ano de mandato, os deputados da CDU questionarem o que era feito desse fundo, fonte da Câmara do Porto garantiu ao jornal Público que o FES “será alvo de comunicação brevemente e serão explicados todos os pormenores”. A mesma fonte realçou ainda que Rui Moreira afirmou “mais do que uma vez” não querer que o fundo “fosse apenas uma dádiva arbitrária de dinheiro e que tinha pedido estudos para poder traçar uma estratégia de aplicação do mesmo”. Essa estratégia, assegura a fonte, “será brevemente apresentada pela câmara”.
O presidente Rui Moreira, em fevereiro, durante uma reunião pública do executivo, afirmou que pretendia criar um modelo de gestão do FES diferente daquele que fora aplicado por um outro fundo de emergência, a nível metropolitano. O autarca defendia que este fundo fora aplicado de forma “muito intermitente”, e que replicar o mesmo modelo “não tinha impacto nem grande vantagem”.
Por essa razão, o autarca disse na altura que a câmara decidira agir de outra forma. “Pedimos um estudo à Universidade Católica e prevemos lançar o Fundo de Emergência Social nas próximas semanas”, afirmou.
Em junho, numa declaração durante a abertura do congresso da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Rui Moreira declarou que o município estava a “ultimar” o FES, que estava a estudar “quais as instituições que mais rapidamente podem chegar às pessoas” e “de que forma a autarquia pode chegar à rede [das instituições]”. “Não queríamos replicar o que o Estado e a rede fazem, para depois não chegarmos às pessoas que mais necessitam. Exigindo que o Estado continue a ter o seu papel, pretendemos que os nossos recursos sociais cheguem à cidade”, afirmou.
Durante a campanha eleitoral, Rui Moreira prometera criar um FES, cujo valor mínimo deveria ser de “dois milhões de euros”. O orçamento apresentado em dezembro de 2013 contemplava, no entanto, um FES de meio milhão de euros, valor que, segundo a autarquia, poderia “crescer nos próximos anos”.