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Emprego acelera no Norte devido à mão de obra feminina

Emprego acelera no Norte devido à mão de obra feminina

As mulheres do Norte são responsáveis pelo aumento do nível de emprego. O ritmo é superior à média nacional e o preenchimento de postos de trabalho na região por mulheres entre os 45 e os 64 anos merece especial destaque.

De acordo com o Norte Estrutura, uma publicação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), mais de 92% do incremento no número de mulheres ativas a nível nacional encontra explicação, precisamente, a Norte. O aumento da oferta de trabalhadores na região deve-se “unicamente à mão de obra feminina”, a qual aumentou 2,8%, o que corresponde a mais 25 mil mulheres ativas. “Isto significa que a região Norte explica a maior parte do crescimento da população ativa feminina observado a nível nacional”, cujo valor total foi de 27 mil.

Em sentido inverso, a população ativa masculina diminuiu 0,5%, sendo o Norte a única região do país a sofrer esta redução, o que “acentuou a feminização” da mão de obra.

O documento destaca ainda a “progressiva escolarização” da mão de obra no Norte. Se em 1998, apenas um em cada 15 ativos do Norte tinha concluído um curso do ensino superior, 19 anos depois, em 2017, cerca de 22,2% da população possuía habilitação ao nível do ensino superior.

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Em 2017, mais 60 mil pessoas conseguiram arranjar emprego a Norte, fazendo subir para 1,654 milhões o valor médio anual da população empregada na região. Em termos percentuais, o crescimento foi de 3,8% – superou em meio ponto percentual o resultado nacional – e foi o mais acentuado de que há registo. O documento destaca que a oferta de mão de obra na região “cresceu pela primeira vez desde 2010”, ano anterior à chegada da troika. No entanto, o Norte criou 110 mil empregos líquidos entre 2013 e 2017, menos de metade dos 236 mil perdidos entre 2008 e 2013.

A população desempregada diminuiu em 2017, pelo quarto ano consecutivo, passando de 319 mil desempregados, em 2013, para aproximadamente 179 mil. Uma redução de 44%. No ano passado, a taxa de desemprego na região foi de 9,8%, mesmo assim, 1,2 pontos percentuais mais elevada do que a de 2008. Cinco em cada oito desempregados a Norte eram, em 2017, de longa duração. O desemprego jovem desceu para 25,9%, mas com uma “evolução marcadamente diferenciada por género”: desceu no caso dos homens, pelo terceiro ano consecutivo, e passou de 26,4% para 21,9%, mas aumentou nas mulheres, passando de 29,5% para 30,9%.

O relatório Norte Estrutura indica ainda que, em termos de rendimentos, o salário médio a Norte é inferior em 7% ao nacional, apesar do diferencial ter reduzido (era de 8,8% em 2015). Ou seja, em 2017, os trabalhadores auferiram 796 euros mensais, 60 euros a menos que a média nacional. De qualquer forma, e corrigido do valor da inflação, o salário médio a Norte cresceu 1,8% em 2017 contra os 0,6% a nível nacional. “Uma análise por grupos de profissões mostra que a disparidade entre os trabalhadores por conta de outrem com maior e menor salário médio se manteve aproximadamente constante na região Norte desde 2014, com os chamados dirigentes a auferirem entre o triplo e 3,2 vezes o rendimento médio dos trabalhadores não qualificados”, pode ler-se no documento. Em 2012, a diferença era o quádruplo. Os dirigentes ganham, mensalmente e em média, 1585 euros, os técnicos e profissionais de nível intermédio auferem 919 euros e os trabalhadores da indústria, construção e artífices 667 euros. Os que menos ganham são os trabalhadores agrícolas, da pesca e floresta e os operários não qualificados, com salários médios de 507 e de 502 euros, respetivamente.

Outra dimensão em análise no documento é a que justifica o crescimento das empresas do Norte de Portugal, entre 2008 e 2016, por via da internacionalização, da industrialização e do aumento da produtividade. De um modo geral, as indústrias transformadoras ganham destaque tanto na abertura da região a mercados externos como no crescimento da produtividade. Neste capítulo, a indústria do vestuário destaca-se por ser a mais empregadora e por criar mais riqueza.

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