
A Feira do Livro está de regresso aos Jardins do Palácio de Cristal, de 7 a 23 de setembro. A edição de 2018 vai homenagear José Mário Branco, no ano em que celebra o 50.º aniversário da sua carreira.
A programação do evento, que pode ser fruída por gente de todas as idades, terá em conta as múltiplas facetas do cantor, compositor, letrista, produtor e ator.
Segundo o jornal Porto., o ponto de partida acontece no dia 8 de setembro, com José Mário Branco a protagonizar uma conversa conduzida pela jornalista Anabela Mota Ribeiro. Este será o primeiro de um ciclo de oito debates, coordenado por José Eduardo Agualusa, que contará com a presença de outras personalidades, como é o caso de Daniel Cohn-Bendit, o principal rosto da revolta estudantil do Maio de 1968.
Em diálogo com o historiador Rui Tavares, será feita uma viagem exploratória ao legado deste movimento revolucionário, com a inevitável transposição para as revoluções do nosso tempo.
“É precisamente esta matriz revolucionária que comanda esta edição da Feira do Livro, em verdadeira comunhão com a liberdade”, lê-se no jornal da Câmara do Porto. “Bebendo da própria obra do homenageado, voz e figura emblemática da Revolução de Abril, os programas de debate, sessões de spoken word, exposições, ciclo de cinema e lições, prestam tributo ao legado de José Mário Branco, que a exemplo dos anteriores homenageados (Vasco Graça-Moura, Agustina Bessa-Luís, Mário Cláudio e Sophia de Mello Breyner Andresen), também verá o seu nome gravado na Avenida das Tílias”.
Haverá quatro sessões de spoken words, com os convidados a refletir sobre a relação entre a palavra escrita e cantada, através do trabalho de autores como Chico Buarque, Jacques Brel, Leonard Cohen, Bob Dylan ou Stevie Wonder. Um desses encontros contará com a presença do trio portuense Capicua, André Tentúgal e Manuel Cruz, avança a autarquia.
“Porto sentido de fora: [em] livros e guias de viagem de Portugal entre a monarquia constitucional e o Estado Novo” é uma mostra inédita, que reúne um vasto espólio internacional e resulta de um longo trabalho de pesquisa de Vasco Ribeiro, docente do curso de Ciências de Comunicação da Universidade do Porto. A exposição estará patente na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, local onde também poderá ser visitada uma seleção original de 15 cartazes do Maio de 68.
Relativamente ao cinema, “os gritos de rebelião chegam sob diferentes formatos, com propostas cinematográficas que remetem para os ventos de mudança na cultura juvenil dos anos 50; outras que perscrutam o mal-estar da década seguinte; um filme que marcou o início do cinema independente norte-americano e a emancipação da mulher; uma película francesa que explora a subversão dos códigos do film noir; ou uma fita com assinatura de Pedro Almodóvar, que convida o espectador a descobrir maneiras alternativas de amar”. No capítulo “lições”, propõe-se ao público um pequeno curso de literatura clássica, subdividido em diferentes sessões, cada uma delas dedicada ao estudo de um autor: Dante, Cervantes, Shakespeare, Goethe, Flaubert, Fernando Pessoa, Walt Whitman, entre outros.
O programa da Feira do Livro do Porto inclui ainda três oficinas, que se focam em dar aos participantes as ferramentas adequadas para, por exemplo, ler e interpretar um poema.