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Em cada mil, 123 idosos portugueses podem ser alvo de violência

Em cada mil, 123 idosos portugueses podem ser alvo de violência
A média nos outros países da União Europeia é de “21 a 22 em cada mil pessoas”.

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Um estudo, realizado entre 2011 e 2014 e envolvendo instituições nacionais, concluiu que, em cada mil portugueses com 60 ou mais anos, 123 podem ser alvo de algum tipo de violência por parte de familiares, amigo/vizinho ou profissional remunerado.
Os dados foram divulgados hoje, no Porto, por Paula de Oliveira, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), numa conferência sobre “Violência doméstica”, organizada pela Universidade Portucalense. “São dados alarmantes e que confirmaram os alertas que a APAV tem vindo a fazer há vários anos”, afirmou a técnica, referindo que este estudo foi feito através de chamadas telefónicas, a 1.123 pessoas.
A média nos outros países da União Europeia é de “21 a 22 em cada mil pessoas”.
Segundo Paula Oliveira, existe uma maior prevalência da violência financeira e psicológica, seguida da física. Menos relatada neste inquérito foram a negligência e a violência sexual.
De acordo com o estudo, que envolveu a APAV, GNR, Instituto de Medicina Legal, Instituto de Segurança Social e o Instituto Ricardo Jorge, os fatores associados a este tipo de situações são a idade – depois dos 76 anos, a possibilidade de o idoso sofrer algum tipo de violência cresce 10% a cada ano -, a incapacidade funcional – a limitação para atividades diárias pode potenciar a ocorrência de uma situação de violência – e a reduzida escolaridade.
Relativamente às vítimas assistidas pelos serviços das instituições que desenvolveram o estudo, envolvendo 510 pessoas, 76.2 por cento eram mulheres, a maioria com idades entre os 60 e os 69 anos, casadas, com escolaridade reduzida e com rendimento muito baixo. O tipo de violência mais relatada foi a física, seguida da psicológica e da financeira. Registaram-se vários casos que vivenciaram vários tipos de violência (bater, gritar, ameaçar, ignorar).
Dados da APAV mostram que ainda, entre 2000 e 2013, houve “um aumento de 149%” de processos de apoio a pessoas idosas vítimas de crime, o que “dá uma média de 15 por semana ou de 2,1 por dia”.

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