No ano em que se assinala meio século da Revolução de Abril, o IndieJúnior – Festival Internacional de Cinema Infanto Juvenil vai refletir sobre a Liberdade. O regresso do evento ao Porto acontece entre os dias 22 e 28 de janeiro e promete ser um sucesso.
Em comunicado enviado à VIVA!, os promotores adiantam que o programa se “posiciona no presente lançando um debate alargado, dentro e fora das salas, sobre o lugar da democracia, a sua construção e a execução do projeto de Abril no Portugal de hoje”.
No cinema, o “Foco Liberdade” será composto por três sessões de curtas metragens e uma longa metragem, onde se explora a “ideia de liberdade num sentido amplo”. Sessões que integram, entre outros, O Casaco Rosa de Mónica Santos – curta metragem de animação sobre Rosa Casaco, agente da PIDE que chefiou a brigada responsável pelo assassinato do General Humberto Delgado; A Noite Saiu à Rua, de Abi Feijó – uma animação panorâmica sobre uma aldeia dominada pela tirania; Balada de um Batráquio de Leonor Teles – um filme que intervém no espaço real do quotidiano português como forma de fabular sobre um comportamento xenófobo enraízado na nossa cultura; O Cravo e A Liberdade – filme evocativo do 25 de abril realizado por alunos da EB 2,3 das Caldas de Taipas; e 48 de Susana Sousa Dias – uma longa que parte de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), para mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou auto-perpetuar.
No âmbito da parceria com o projeto FILMAR, será realizada uma “sessão especial” sobre o tema, composta por três curtas metragens portuguesas – Amanhecer Para Além da Ponte, Praias de Portugal e O Porto e Os Portugueses -, que vão oferecer “um contexto que de Portugal durante o fascismo do chamado Período Marcelista”. As sessões do Foco Liberdade serão mediadas por convidados que darão contexto aos filmes.
Segundo adiantam ainda, o filme-concerto “Sons da Liberdade”, onde o duo feminino “O Som do Algodão” junta histórias e música, corpo e palavra terá lugar no último dia do evento, 28 de janeiro, na sala 1 do Batalha Centro de Cinema.
Fora do grande ecrã, vai decorrer um programa de atividades paralelo, intitulado “Cinema e Liberdade”, que vai convidar a debates sobre o tema.
“No Batalha Centro de Cinema haverá uma Biblioteca Liberdade, com livros infanto-juvenis selecionados que terá alguns momentos de leitura, e uma exposição, AbrirAbril, que parte do imaginário das crianças quando pensam na liberdade e nos vários tipos de opressão que a condicionam, lembrando-nos que a liberdade está sempre por conquistar; assim como conversas informais entre público e realizadores”, destacam.
Além disso, serão realizadas várias oficinas, como a “Cartazes Revolucionáriosa”, a partir das ilustrações de João Abel Manta e do filme A Noite Saiu à Rua; “Oficina Quadros Livres”, “Quadros Felizes”, que propõem um novo olhar sobre o espólio expositivo do Museu Soares dos Reis; “Oficina nas entre linhas”, dirigida por Tânia Dinis que propõe uma revisita a um arquivo de fotografias e imagens em movimento.
O IndieJúnior anunciou também o convidado da secção “O Meu Primeiro Filme”. Trata-se do designer e comunicador Wandson Lisboa que seleccionou, para esta edição do festival, o filme Toy Story: Os Rivais. O filme será exibido no sábado, dia 27 de janeiro, pelas 16:45, no Batalha Centro de Cinema.
A programação completa para o Indiejúnior 2024 será anunciada no início de janeiro.