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PD - Revista Sabe Bem

Eleições vs Futebol e uma oportunidade (quase) perfeita

Eleições vs Futebol e uma oportunidade (quase) perfeita
Condicionalismos regulamentares do futebol, nomeadamente a obrigatoriedade da existência de um período de 72 horas de descanso entre jogos (neste caso entre competições europeias e obrigatoriedade da apresentação dos jogadores nas respetivas seleções), fazem com que pela primeira vez na história da democracia portuguesa haja jogos de futebol em dia de eleições.

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Em primeiro lugar, é óbvio que há uma série de cidadãos literalmente impedidos de votar. Entre os quais, toda a comitiva benfiquista que se desloca à Madeira para jogar com o União em jogo marcado para as 16 horas. Ora, e com o jogo a terminar sensivelmente sobre as 18 horas, não serão precisas muitas contas para perceber a impossibilidade de chegar a Lisboa (por exemplo) antes do fecho das urnas. Mas também nesta situação estão os jogadores do Vitória de Guimarães ou do Belenenses (visita a Sporting e FC Porto respetivamente). Concentrados desde o dia anterior na cidade do jogo e impossibilitados pela hora do mesmo (20h30 em Alvalade e 18h15 no Dragão) de poder exercer o seu direito ao voto. Em termos jurídicos não será difícil de crer que o compromisso laboral impere sobre um direito não obrigatório. Mas e se, como alguns defendem, o direito ao voto fosse não só um direito mas uma obrigação? Fica aqui uma questão para os juristas.

A Liga defende-se com a supracitada obrigatoriedade das 72 horas. Já a Comissão Nacional de Eleições não se convence com as explicações dadas. Com toda esta situação, creio estarem encontradas as premissas para fazer um teste/experiência: porque não marcar todos os jogos para de manhã? Assim, e para além de solucionar a situação, permitiria à Liga e aos clubes começar a responder a várias interrogações. Irão mais espectadores aos estádios? Haverá maior audiência televisiva? Existirá interesse na comercialização dos jogos na China ou Japão? Com a esperada chegada da centralização dos direitos televisivos começaríamos a ver respondidas algumas questões que serão importantes para a implementação de uma Liga verdadeiramente internacional e com um valor de mercado interessante e global.

João Fonseca
Gestor Desportivo
[email protected]

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