O El Corte Inglés anunciou, na terça-feira, que vai apresentar uma reformulação do projeto para os terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista, depois da Câmara Municipal do Porto ter manifestado a intenção de indeferir o pedido caso o projeto não seja retificado, avança o Jornal de Notícias.
Na notícia divulgada, este órgão de comunicação cita declarações de Susana Martins dos Santos, diretora de comunicação e Relações Institucionais da cadeia espanhola, à Agência Lusa, onde terá explicado que “não houve um indeferimento do pedido de informação prévia (PIP), apenas a comunicação da intenção de indeferir o pedido caso o projeto não seja retificado”, tratando-se de um procedimento normal” nesse âmbito e que “o El Corte Inglés fará, dentro do prazo legal, a reformulação que tiver de fazer”.
A responsável terá reafirmado a vontade do grupo em “fazer naquele local um investimento, «assim haja condições para tal», e contribuir para a qualificação do comércio”.
No mesmo dia, o Jornal de Notícias adianta que o Movimento por um Jardim Ferroviário terá revelado que “a proposta de decisão final apresentada pelos serviços da câmara foi desfavorável, tendo por base a auscultação de vários departamentos internos da CMP e de entidades externas, que se pronunciaram, na quase totalidade, negativamente”.
De acordo com aquele movimento cívico, a decisão foi comunicada ao promotor do projeto no dia 5 de maio, tendo decorrido nos 10 dias subsequentes o período de audiência prévia.
“Tanto quanto pudemos apurar, o promotor não se pronunciou nesse período, pelo que temos assim a legítima expectativa de que seja brevemente comunicada a decisão de arquivamento do processo, indo desta forma a CMP ao encontro da vontade expressa por quase 5.000 subscritores da petição a favor de um jardim público no centro da Boavista e não mais um centro comercial, assim como do movimento cívico pela preservação do edifício histórico da estação de comboios da Boavista”, sublinharam.
Até ao momento a Câmara do Porto ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Recorde-se que existe um contrato-promessa de direito de superfície para o terreno junto à Rotunda da Boavista, pelo qual o Corte Inglés já pagou à Infraestruturas de Portugal (IP), proprietária do terreno, 18,7 milhões de euros.
O Pedido de Informação Prévia (PIP) do projeto do El Corte Inglés foi entregue à autarquia em outubro de 2019.