O Museu do Porto viu dois dos seus projetos serem reconhecidos na edição de 2025 dos Prémios da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), cuja cerimónia decorreu no passado dia 2 de junho, no Cineteatro Louletano, em Loulé.
O livro “A Urgência da Cidade: o Porto e 100 anos de Fernando Távora” arrecadou o prémio na categoria Edições, enquanto a ação Dia do Vizinho – versão 2024 – foi distinguida com uma menção honrosa na área de Educação e Mediação Cultural (via Câmara do Porto).
Este reconhecimento surge num ano simbólico para a APOM, que celebra seis décadas de atividade em prol do setor museológico nacional. O contributo do Museu do Porto para a valorização do património e a sua forte ligação à comunidade foram sublinhados com estas distinções.
Para além do Museu do Porto, outras instituições ligadas ao município foram também premiadas. Rui Lopes Oliveira, diretor do Museu das Convergências, foi galardoado na categoria de Conferências. A Santa Casa da Misericórdia do Porto, o Museu do Conflito e o Museu de Serralves – que mantém o título de “Museu do Ano 2024” – estiveram igualmente entre os distinguidos.
O Museu Nacional de Soares dos Reis também conquistou um prémio graças à edição digital do Catálogo Raisonné de Aurélia de Souza (1866-1922), iniciativa em que o Museu do Porto participou como parceiro.
No que toca à obra premiada, “A Urgência da Cidade” é uma publicação de referência, dividida em seis capítulos, que presta homenagem ao arquiteto Fernando Távora no centenário do seu nascimento. O livro inclui textos de figuras como Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura e José Bernardo Távora, bem como fotografias de Luís Ferreira Alves, que ilustram a diversidade da obra do arquiteto.
Entre os temas abordados, destacam-se a formação de Távora, os seus mestres e o impacto das suas ideias em projetos marcantes do Porto, como o Museu Nacional de Soares dos Reis e o Palácio do Freixo. O volume documenta ainda planos urbanísticos não realizados e apresenta em detalhe a exposição comemorativa e mais de 30 iniciativas culturais associadas à efeméride.
Instituídos em 1994, os Prémios APOM celebram anualmente o trabalho de museus, profissionais e projetos que se destacam em diferentes vertentes da museologia, contribuindo para reforçar o papel destas instituições na sociedade.
Quanto ao Dia do Vizinho, esta é uma iniciativa que tem vindo a ganhar relevo nos vários polos do Museu do Porto, não apenas como uma celebração ocasional, mas como um verdadeiro processo de envolvimento comunitário.
Através da articulação com coletivos artísticos, instituições locais, associações e moradores, o projeto transforma-se numa plataforma de encontro entre diferentes gerações e culturas, moldando-se às particularidades de cada bairro onde se insere.
Cada edição é pensada a partir das histórias, vivências e identidades da zona envolvente de cada museu, o que resulta numa programação própria, profundamente ligada ao território e às pessoas que o habitam.
