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Recheio 2024 Profissional

Edmundo Ribeiro

Edmundo Ribeiro

“A minha gestão é de fora para dentro, procurando colocar à disposição dos nossos utentes e sócios o que procuram e necessitam”

Natural de Valadares, licenciou-se em Gestão e Negócios no IESF – Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais, fez um MBA em Gestão de Empresas e a Pós Graduação em Recursos Humanos. Edmundo Ribeiro está há 10 anos na Clínica Médica da Foz como CEO e neste momento não se vê a trabalhar noutra área, que não a da saúde.

Assume-se uma pessoa sonhadora e não se conforma “com o estar acomodado”. Adora o que faz, mesmo num “setor muito desgastante”, em que “cuidar de pessoas doentes ou com necessidades especiais” acarreta um grande envolvimento emocional.

Olha com preocupação para os cuidados da saúde portuguesa, no sistema de urgências dos hospitais públicos, e considera que os utentes, “que verdadeiramente necessitam de ajuda”, deveriam poder escolher os seus prestadores.

Conheça todo o percurso profissional de Edmundo Ribeiro e saiba um pouco mais sobre Clínica Médica da Foz nesta entrevista.

Como se define enquanto pessoa e profissional?

É difícil responder a isto, mas defino-me como um sonhador de projetos e um apaixonado pelo trabalho. Costumo dizer que não trabalho, ocupo-me todos os dias. Pela responsabilidade que tenho, divido-me entre o amigo preocupado com o bem-estar de quem abraça os projetos comigo e o responsável desta enorme instituição, necessariamente exigente para com todos.

Qual o sítio, ou os sítios, que mais aprecia no Porto? Porquê?

A Zona Ribeira pela beleza arquitetónica, pelas pessoas e pelo nosso sotaque que nessa zona da cidade está bem presente e é apaixonante. Do outro lado, a Zona da Foz que me acolheu como morador e onde conheci pessoas fantásticas. Não esquecendo o mar, que também me apaixona.

Como foi o seu percurso profissional até chegar à Clínica Médica da Foz?

Desde jovem ocupei lugares de responsabilidade e fui-me destacando como “bom comunicador”. Tive a felicidade de trabalhar vários anos numa das maiores empresas Portuguesas, o Grupo Rangel, e com um dos maiores empresários do país, o comendador Eduardo Rangel. Sou fã do ser humano que é, e do empresário que se tornou – um verdadeiro “self-made man”.

Como surgiu o interesse pela área da saúde?

Na verdade não foi propriamente um interesse, mas sim uma necessidade das que vão surgindo nas várias curvas da vida. Um Amigo, que terei sempre no sítio certo, desafiou-me para um novo projeto na gestão de uma clínica a criar de raiz e que hoje é uma referência nacional na área do desporto.

Alguma vez pensou que estaria a trabalhar como CEO de uma clínica?

Não. Não escondo que a minha paixão até à data era a logística, os camiões internacionais, etc. Mas penso que me adaptei muito bem, em parte porque os recursos humanos da área da saúde são dos melhores que podemos encontrar. Para cuidar dos outros têm que ser pessoas especiais e profissionais exemplares. Por isso, transportei os meus conhecimentos de outros mercados e tive a sorte de encontrar uma equipa fantástica na Clínica Médica da Foz, onde fui acolhido da melhor forma. Hoje tenho um grupo de pessoas amigas e que puseram a Clínica num lugar de destaque na cidade do Porto.

Que fatores considera que estiveram na origem do sucesso da sua carreira, além de muito trabalho e dedicação?

Antes de muito trabalho e dedicação, o valor humano que já lá estava.
A Clínica Médica da Foz tem uma equipa médica de luxo, que se destaca pela ciência, mas acima de tudo pela humanidade, e colaboradores que conhecem a história de cada utente: O sucesso da minha carreira deve-se naturalmente às pessoas que me empurram todos os dias para que eu faça mais, mas sempre melhor.

Quais os maiores desafios que tem enfrentado desde que está na direção da Clínica da Foz?

A Clinica Médica da Foz é conhecida, e bem, pelo nome de “Médicos em Casa” por conta das consultas domiciliárias que realiza há 36 anos. Ao longo desse tempo tornou-se uma referência na Foz e em toda a cidade, pelo que com a minha entrada pretendeu-se essencialmente potenciar o valor humano, expandir o que já se fazia bem e ouvir os nossos utentes. Digo sempre que a minha gestão é de fora para dentro, ouvindo o que nos pedem, e procurando rapidamente colocar à disposição dos nossos utentes e sócios o que eles procuram e necessitam.

Qual balanço que faz destes 36 anos da Clínica Médica da Foz e de 10 na sua direção?

Não podemos comparar o que não é comparável. A Clínica Médica da Foz sempre foi uma marca “invejável” e apetecível na área da saúde, tendo tido como sócios fundadores médicos diferentes e arrojados. Iniciar um projeto de domicílios médicos há 36 anos, numa época em que não existia o INEM ou sequer instrumentos que hoje consideramos indispensáveis como telemóveis ou GPS, fazem deles pessoas diferentes. Podem imaginar a sorte que tive de ter comigo todo este historial e know-how na área da saúde e particularmente na consulta ao domicílio.

A diferença no nosso brutal crescimento foi a inovação e a utilização de tecnologias que, abrindo portas aos utentes, nos permitiram mais que triplicar as nossas consultas. A mudança de instalações, numa época difícil onde os grandes players da saúde cada vez têm mais oferta, foi um risco que decidimos correr apostando no atendimento personalizado e que acabou por se revelar uma aposta acertada graças ao esforço e dedicação dos nossos colaboradores.

Procuramos reforçar a nossa oferta em diversas áreas da Saúde através de uma parceria com o Grupo Lusíadas Saúde, que nos abriu as portas, confiando em nós e nas nossas capacidades. Graças a essa e outras parcerias temos hoje uma oferta integrada e completa que nos permite almejar ser gestores da saúde dos nossos utentes.

Pensa na expansão da Clínica para além da cidade do Porto?

Sim, é algo que tenho pensado, mas a seu tempo. Temos o conhecimento das operações nos domicílios médicos, de enfermagem e de fisioterapia, bem como do funcionamos 24 horas por dia. Já conseguimos criar condições para acompanhar as férias dos nossos utentes através da teleconsulta e vídeo-consulta, abrindo novos horizontes que um dia nos permitirão replicar a nossa experiência noutras cidade e, quem sabe, noutros países.

Qual a marca que a Clínica deixou e continua a deixar no Porto?

A única marca que queremos deixar é a da qualidade e da humanidade, o nosso lema há 36 anos. Os nossos utentes não nos chamam a casa pelo médico A ou B, mas por saberem que tudo faremos para melhorar o seu estado de saúde. Temos netos que nos telefonam para ir cuidar dos seus avós, e isto é o reconhecimento máximo que alguém pode querer.

Quais as parcerias que existem e qual a sua importância?

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Destaco a nossa parceria com o Grupo Lusíadas Saúde, a que atribuo enorme relevância porque complementa os cuidados médicos integrados que nos orgulhamos de oferecer e permite aceder a todo um conjunto de tecnologia de apoio ao diagnóstico e terapêutica que assume nos dias de hoje primordial importância.

Temos também parceria na área do apoio domiciliário com a Pitadas de Ternura, que nos oferece a qualidade que desejamos num tipo de cuidados que muitos dos nossos utentes procuram.

Na Clínica Médica da Foz não pretendemos fazer tudo, optando por fazer bem aquilo em que temos grande competência e experiência e procurando os melhores parceiros em cada uma das áreas de atividade complementares às nossas para garantir uma verdadeira continuidade e integração de cuidados.

Ozonoterapia é um dos tratamentos inovadores que o espaço dispõe. Fale-nos um pouco sobre ele.

A Ozonoterapia é uma técnica de que dispomos há cerca de 3 anos, e que tem crescido muito. Compete-nos dar aos nossos utentes o que eles procuram, e com um grupo de profissionais de saúde, incluindo médicos e enfermeiros, que após os diagnósticos prescrevem, aconselham e administram o tratamento indicado para cada patologia, a Ozonoterapia constitui-se como mais uma opção terapêutica de um extenso leque.

Ozonoterapia é o nome dado ao conjunto de práticas terapêuticas com recurso ao ozono clínico. Estas práticas são utilizadas no tratamento de um vasto conjunto de patologias e quase sem contra-indicações ou efeitos secundários, tendo revelado excelentes resultados quando realizado com a conjugação correta de técnicas e matérias ozonizadas.

Atualmente há algum serviço que se destaque mais em termos de procura por parte dos pacientes?

Existem estas novas técnicas ou tecnologias que a espaços se revelam, mas felizmente a procura que temos é pelos nomes dos diversos especialistas. É por esse motivo que queremos (e temos!) os melhores profissionais.

Além dos diversos serviços que o espaço possui, em quê que a Clínica se distingue em relação às demais?

Não me canso de dizer que os médicos fundadores desta clínica foram visionários e sonhadores, e eu quero e devo continuar a ouvi-los com muita atenção. A nossa atividade ao domicilio é algo que nos diferencia e uma área em que o nosso valor é bem reconhecido porque somos capazes de entrar nas casas dos nossos utentes, 24 horas por dia, com grande profissionalismo e espírito de missão.

Quantos sócios tem a Clínica e quais os principais benefícios para alguém que seja sócio deste espaço?

Temos mais de 1000 famílias que são nossas associadas, algumas das quais nos acompanham há 36 anos. Os benefícios são transversais a todos os serviços que usem na nossa clínica, mas o principal destaque vai para o custo diferenciador dos domicílios médicos, de enfermagem e de fisioterapia. Penso que será inquestionável a utilidade de poder aceder a uma consulta médica ao domicilio, a qualquer hora do dia ou da noite, por apenas 30 euros.

Que planos têm para o futuro deste espaço?

Todos os anos temos investido em melhores condições, e sentimos que o próximo passo poderá passar pela melhoria do ginásio ao serviço da nossa atividade de fisioterapia. Queremos ter uma fisioterapia diferenciadora, mudando o paradigma para ir ainda mais ao encontro às necessidades dos nossos utentes que precisam de se reabilitar e treinar para ultrapassar as barreiras que enfrentam diariamente, sejam elas uma corrida de 42 Km ou subir dois degraus das escadas de sua casa.

Como gostava de ver a Clínica da Foz daqui a 10 anos?

Preocupo-me com os meus colaboradores e tento passar-lhes a mensagem de que se criarmos e mantivermos um belíssimo jardim teremos sempre as mais bonitas borboletas. Queremos cuidar de quem envelhece. Queremos dar uma nova vida a quem está no final da vida.

Que objetivos lhe faltam conquistar enquanto CEO deste espaço?

Complementando o que estava a dizer, talvez a criação de um Centro de Dia ou eventualmente um Lar, mas que mude o conceito atual. Sonho com um espaço verde, enraizado na natureza, onde todos os idosos possam envelhecer ocupando o seu tempo com o que mais gostavam de fazer. Quando digo que temos sócios que estão connosco há 36 anos, sinto a responsabilidade de cuidar deles sempre.

Imagina-se a trabalhar numa área que não a da saúde?

Sou um gestor e um sonhador. Não me conformo com o estar acomodado. Adoro o que faço, mesmo neste setor muito desgastante porque cuidar de pessoas doentes ou com necessidades especiais envolve-nos emocionalmente. Por vezes o desfecho não é o desejado quando sabemos que tudo fizemos e isso é muito penalizador, mas no momento não me vejo a mudar de área nem mesmo voltar para aquela que em tempos foi a minha paixão. Agradeço muito a quem me trouxe para esta área de atividade e muitas vezes penso que o desiludi, mas na verdade levanto-me todos os dias com a vontade que tive no primeiro dia… vou fazer coisas!

Como é olha para os cuidados da saúde portuguesa, numa altura em que se vive uma crise no sistema de urgências dos hospitais públicos?

Com preocupação. A rotura dos profissionais de saúde é visível e a procura é excessiva também graças à qualidade que o serviço público oferece. Hoje temos uma oferta parecida no público e no privado porque os nossos médicos são de uma qualidade única. Aliás, sempre que ouvimos histórias de amigos com situações de saúde difíceis, elogiam de forma ímpar todos os profissionais de saúde.

De que forma o Governo poderia solucionar este problema?

Quando o Governo, tal como faz com o sistema de saúde ADSE, deixar os utentes que verdadeiramente necessitam de ajuda escolher os seus prestadores, tudo irá ficar mais fácil. Aliás como fez quando em tempo de pandemia requisitou os privados.

Não dividam as pessoas ou não as classifiquem como de primeira ou segunda. Deixem cada pessoa escolher o melhor médico. Se os funcionários públicos podem escolher qual o seu prestador, porque não dar aos restantes utentes a possibilidade de fazer essa mesma escolha? Temos milhares de pessoas em lista de espera para atos de diagnóstico ou tratamento que poderiam beneficiar dessa mudança de paradigma.

Qual a importância da existência de clínicas como a da Foz para a saúde em Portugal?

Penso que as clínicas de pequena e média dimensão são hoje e serão no futuro muito importantes. São um complemento do Médico de Família, com uma resposta de proximidade às necessidades do utente. A resposta em saúde não pode esperar que a economia individual ou nacional melhore, porque a dor de hoje não pode esperar por amanhã, e aí um modelo que aproveitasse os recursos disponíveis independentemente da sua natureza pública ou privada poderia ser a solução para uma resposta eficaz e atempada.

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