Depois de ter percorrido várias cidades portuguesas, “Antes que Matem os Elefantes” chega ao Teatro Nacional São João (TNSJ) para “alertar sobre tudo aquilo que contrarie a indiferença e o esquecimento”. A mais recente criação da coreógrafa Olga Roriz coloca em cena a tragédia contemporânea da guerra civil na Síria (e a martirizada Alepo) e uma das suas consequências mais diretas: o drama dos refugiados.
“’Antes que Matem os Elefantes’ começa num registo documental, com vozes de crianças sírias projetadas num ecrã negro ao fundo do palco. Na penumbra vê-se um apartamento em ruínas com um frigorífico destruído e cobertores e colchões sujos de pó que ainda paira no ar. Sete bailarinos (quatro homens e três mulheres) começam a dançar, lutando para criar uma ligação entre vida real e realidade mediatizada, uma espécie de construção de humanidade em decomposição que está a ser ameaçada por condições exteriores”, descreve o TNSJ, em comunicado.
O espetáculo “remete-nos para uma ideia de extinção, mas também de sobrevivência, sugerindo a iminência de uma catástrofe que é também a possibilidade de lhe oferecer alguma resistência. No final, o espetáculo recusa qualquer tipo de consolo e deixa-nos uma incomodativa pergunta: o que podemos nós fazer aqui?”.
Olga Roriz – que esteve em contacto com refugiados na Grécia para construir o espetáculo – é acompanhada por Paulo Reis na dramaturgia, cenografia e figurinos.
O espetáculo está em cena no TNSJ de 26 a 28 de janeiro, sempre às 21h.