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Recheio 2024 Institucional

“Documentários proibidos” passam na Reitoria da Universidade do Porto

“Documentários proibidos

Em março, o KINO-DOC, núcleo de cinema documental sediado em Lisboa, vai exibir na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto nove filmes documentais que por motivos diversos tiveram a sua exibição proibida.

O programa intitula-se “DOC ÍNDEX: Documentários Proibidos” e ocorre todas as sextas-feiras, pelas 21h30. A entrada é livre.

A luta pelos direitos da comunidade negra nos Estados Unidos, as condições de vida em instituições de tratamento psiquiátrico e a apropriação e os estereótipos associados a Los Angeles, são alguns dos temas abordados nos filmes.

A 6 de março será exibido o documentário “Les Statues Meurent Aussi”, de 1953. Dirigido por Alain Resnais, Chris Marker e Ghislain Cloquet, a obra centra-se na arte africana e na forma como esta foi afetada pela colonização. “Catembe” (1965), do moçambicano Faria de Almeida, é a obra que se segue na primeira sexta-feira de março. Originalmente com 80 minutos, é atualmente o filme português com mais cortes impostos pela censura, com 103 alterações, refere o JPN. A obra tenta contar, em 48 minutos, o quotidiano da vida em Maputo – antigamente chamada de Lourenço Marques.

Nesse dia será ainda exibido o documentário francês “Idi Amin: A Self-Portrait”, que tem como protagonista o antigo ditador militar do Uganda, Idi Amin. O filme, dirigido pelo cineasta iraniano Barbet Schroeder, foi lançado em 1974 e mostra o ex-presidente no auge da governação, sendo que a película foi dividida em duas versões: uma para o Uganda e outra para o resto do mundo.

Segundo explica o JPN, Amin recusou a exibição da versão internacional do filme, fazendo reféns cerca de 200 cidadãos franceses, até que o realizador cedeu e cortou certas cenas. A versão internacional da obra foi proibida até 1979, ano em que Idi Amin saiu do poder.

No dia 13 de março, os documentários a exibir irão abordar os conflitos que afetaram a sociedade norte-americana.

Em “Let There Be Light”, John Huston seguiu o percurso de um grupo de veteranos regressados da guerra, que sofrem de stress pós-traumático. O documentário, de 1980, foi encomendado, e mais tarde proibido, pelo governo dos Estados Unidos da América (EUA), com o objetivo de perpetuar a ideia do soldado americano como herói.

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A curta-metragem “Now” (1965), do cubano Santiago Alvarez, reflete sobre o racismo nos Estados Unidos da América.

Já o documentário “Le 17e Parallèle: La Guerre Du Peuple”, do cineasta holandês Joris Ivens, tem por base a Guerra do Vietname.

No dia 20 de março, as propostas recaem sobre obras que lançam diferentes olhares sobre instituições psiquiátricas.

“Titicut Follies”, realizado pelo americano Frederick Wiseman, em 1967, capta a realidade dos pacientes presos no Hospital Estadual de Bridgewater, em Massachusetts, nos Estados Unidos da América.

“Warrendale” (1967), do realizador Allan King, acompanha durante sete semanas as vidas de 12 crianças com distúrbios emocionais à medida que estas recebem novos tratamentos experimentais no centro de acolhimento de Warrandale, em Toronto, Canadá.

O documentário ia passar na CBS, estação de televisão pública do Canadá. No entanto, o realizador recusou cortar os palavrões que estão presentes no filme, pelo que o diretor da estação proibiu a sua exibição.

“Los Angeles Plays Itself” (2003) é o filme que encerra o ciclo de cinema na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto (27 de março). “O cineasta americano Thom Andersen explora a forma como Los Angeles, na Califórnia, foi explorada e retratada em Hollywood. O documentário é preenchido de clipes de outros filmes que demonstram a apropriação da cidade pela indústria do cinema americano”.

Tome nota:
6 de março, 21h30
LES STATUES MEURENT AUSSI (1953), de Alain Resnais, Chris Marker, Ghislain Cloquet
CATEMBE (1965), de Faria de Almeida
IDI AMIN: A SELF-PORTRAIT (1974), de Barbet Schroeder
13 de março, 21h30
LET THERE BE LIGHT (1946), de John Huston
NOW! (1965), de Santiago Álvarez
LE 17e PARALLÈLE: LA GUERRE DU PEUPLE (1968), de Joris Ivens
20 de março, 21h30
TITICUT FOLLIES (1967), de Frederick Wiseman
WARRENDALE (1967), de Allan King
27 de março, 21h30
LOS ANGELES PLAYS ITSELF (2003), de Thom Andersen

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