Depois da controvérsia a propósito da vacinação da faixa etária com mais de 12 anos, pelo facto da Direção Geral de Saúde (DGS) indicar que as crianças saudáveis, entre os 12 e os 15 anos, devem ter prescrição médica para serem vacinadas, o diretor do Centro Materno-Infantil do Norte e Pediatria defendeu que a vacinação dos jovens “tem toda a validação científica”.
“Os dados científicos que temos, neste momento, são claros relativamente às vantagens da vacinação da faixa etária a partir dos 12 anos. E, portanto, tem toda a validação científica para tomar esta decisão”, afirmou Alberto Caldas Afonso, em entrevista ao Porto Canal.
O responsável explicou que o processo da vacinação, desde a preparação à investigação da vacina, foi validada pela Agência Internacional Americana e pela Agência Internacional Europeia, razão pela qual tem vindo a ser administrada nos Estados Unidos da América, no Canadá, e em países da Europa, como Espanha, França e Itália.
“A senhora diretora geral da saúde disse que há, de facto, alguns efeitos de risco de vacinação que foram encontrados, basicamente, na população abaixo dos 30 anos, sob a forma de miocardites. Sabemos, cientificamente, que foram vacinadas, dos 12 aos 18 anos, nos EUA, 52 milhões de crianças e adolescentes e desses tivemos uma possibilidade de miocardite de 687. Portanto, vê-se a diminuta dimensão”, apontou ainda Alberto Caldas Afonso.
Para o diretor do Centro Materno-Infantil do Norte e Pediatria há outras razões para se avançar com a vacinação nesta faixa etária no continente, nomeadamente o “estudo científico extenso”, elaborado no passado mês de junho. “Foram analisadas, uma a uma, todas as situações que tiveram miocardite. Foram situações ligeiras e que não tiveram nenhuma comorbilidade e muito menos morte”, completou.