Esta quinta-feira foi apresentada a edição de 2018 do festival Dias da Dança (DDD), a decorrer de 26 de abril a 13 de maio, e que junta os municípios do Porto, Matosinhos e Gaia. Num caminho mais ambicioso e eclético algo está garantido: celebração.
Rui Moreira começou por referir que com este evento tem-se concretizado o que “temos vindo a defender para a cultura”.
Através da ampla rede de parceiros e cumplicidade com os municípios de Gaia e Matosinhos tem-se chegado a bom porto.
Quanto ao DDD, trata-se, refere o presidente da Câmara do Porto, de uma “estimulante” edição, que funciona como montra de jovens, com espaço também para consagrados coreógrafos, uma paragem obrigatória para programadores. Aqui, disse, “estão presentes estéticas e linguagens diferentes para gostos heterogéneos, informados e exigentes”.
O evento tem como coprodutores entidades como TNSJ, Teatro Municipal Constantino Nery ou Serralves e como parceiros o Palácio do Bolhão ou o Espaço Mira.
São 16 dias de espetáculos, para 35 espetáculos, com direito a ações formativas ou debates. São 15 estreias absolutas e 15 estreias de espetáculos internacionais em solo nacional.
O orçamento, este ano, é de cerca de 583 mil euros, repartido pelos três municípios, pelas instituições e espaços que acolhem o festival, e representa um valor superior em 225 mil euros, face a 2017.
Já Luísa Salgueiro destacou a “importância que iniciativas como estas têm, em que a cultura funciona também como motor de inclusão social”. “Dancem connosco”, apelou a autarca de Matosinhos.
Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, destacou a dedicação ao festival, as parcerias estabelecidas e o compromisso financeiro e do papel da cultura na afirmação das cidades, citando mesmo o exemplo de Rui Moreira.
A programação: destaques
Tiago Guedes, diretor do Teatro Municipal do Porto, refere que toda esta programação é o somatório de uma data de parcerias.
A programação distribui-se por DDD IN (espectáculos); DDD OUT (corpo +cidade) no espaço público; DDDEXTRA, com masterclasses, workshops, encontros, Meeting Point (festas); DDD PRO, com workshops para profissionais.
Com direção artística de Tiago Guedes, o festival soma 15 estreias absolutas e 13 nacionais, entre as quais “A meio da noite”, de Olga Roriz, “From afar it was an Island” (“De longe era uma ilha”), de João Fiadeiro, “Jerada”, da bailarina e coreógrafa marroquina Bouchra Ouizguen, “Minor Matter”, da norte-americana Ligia Lewis, e “(b)reaching stillness”, de suíça Lea Moro, que abre o festival.
Em termos nacionais, sublinhou as novas criações da Companhia Olga Roriz, intitulada “A Meio da Noite”, da coreógrafa Luísa Saraiva, “Enchente”, assim como de Cristina Planas Leitão, que vai apresentar “Um [unimal]”, sobrando ainda espaço para destacar a estreia da nova peça de João Fiadeiro, criador que descreveu como “um dos faróis da dança contemporânea”.
O responsável destacou a diversidade nas performances internacionais, tendo frisado a peça “To da Bone”, do coletivo francês (La) Horde, e as suas “danças pós-internet”, assim como o ‘bailaor’ de flamenco Farruquito, “um dos maiores bailarinos de flamenco”.
“A abertura do festival faz-se suavemente, na quinta-feira [26 de abril], com Lea Moro, jovem coreógrafa suíça que apresenta um espetáculo belíssimo, minimal, sobre o barroco. No sábado [28 abril], um espetáculo de outra escala, com Bouchra Ouizguen, coreógrafa marroquina, com uma peça que coreografou para a Companhia Nacional de Dança Contemporânea da Noruega, ‘Carte Blanche'”, destacou Tiago Guedes.