Os portugueses dizem que “o tempo já não é o que era”, com as estações do ano a misturarem-se entre si. Dezembro já não é o que era, com um frio seco e rigoroso, e a prova disso foi o recorde atingido no ano passado.
Segundo informações avançadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, desde 1931que não havia um dezembro tão quente, com a média da temperatura máxima do ar a chegar aos 15.72ºC, o segundo valor mais elevado dos últimos 90 anos.
“O valor médio de temperatura máxima do ar, 15.72 °C, também foi muito superior ao valor normal, +1.84 °C, sendo o segundo mais alto desde 1931 (mais alto em 2014, 16.21 °C). O valor médio de temperatura mínima do ar, 7.66 °C, foi 1.62 °C superior ao valor normal, sendo o 9º mais alto desde 1931”, lê-se.
O mês de dezembro foi caracterizado por “valores diários de temperatura máxima e mínima do ar quase sempre superiores ao valor médio mensal, em particular na temperatura máxima, com apenas 7 dias com valores de temperatura inferiores ou iguais ao normal”.
“De destacar o dia 31 com um desvio de 6.4 °C em relação à normal, tendo sido nesse dia ultrapassado ou igualado os respetivos anteriores máximos de dezembro em cerca de 10 % das estações do Continente”, sublinha ainda.
O valor mais elevado da estação (26.4ºC) foi registado na Zambujeira e representa “um novo extremo para o mês de dezembro em Portugal continental desde 1941”.
Para os especialistas, os resultados em causa revelam o forte impacto que as alterações climáticas têm a nível global.