As obras de reabilitação da capela-mor da Sé do Porto, um dos monumentos mais visitados da cidade, confirmaram, recentemente, a existência de pinturas murais em toda a abóbada.
Iniciada no passado mês de abril, a intervenção “visa antes de mais a resolução de problemas estruturais e a limpeza e tratamento das paredes exteriores”. “A ocultação parcial do edifício por andaimes e, inclusive, uma cobertura provisória, garantirá a sua proteção até à total substituição do telhado”, explica a Delegação Regional de Cultura do Norte (DRCN), em comunicado enviado às redações.
Por sua vez, no interior várias equipas de especialistas desenvolvem “um minucioso trabalho de conservação e restauro da talha dourada, pintura e escultura que fazem da capela-mor da Sé do Porto, um exemplar de referência do barroco português, visitada anualmente por milhares de turistas”.
Na mesma nota, a entidade revela que estão, agora, a ser analisadas, pela equipa de investigação das universidades do Porto e do Minho, a “hipótese de estas pinturas poderem estar integradas no programa decorativo concebido no século XVIII por Nicolau Nasoni para este espaço”.
As obras de reabilitação da capela-mor da Sé do Porto, da responsabilidade do Cabido Portucalense, estão orçadas em um milhão de euros e têm sido acompanhadas pela equipa técnica da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN). A sua conclusão está prevista para o próximo ano.
O projeto em causa incluirá ainda a publicação de um livro, que reunirá “os resultados da investigação histórica em curso e descrevendo pormenorizadamente os trabalhos realizados”. Este vai “integrar a coleção editorial Património a Norte”, edição da DRCN, que “envolverá ainda o levantamento gráfico do edifício e um extenso registo fotográfico e videográfico dos trabalhos realizados, incluindo conteúdos multimédia, como vídeos, visitas virtuais, time lapse e modelações 3D”.
Recorde-se que, desde 2009, que a Sé do Porto tem vindo a receber intervenções estruturais no contexto da “Operação Rota das Catedrais” que pretende melhorar a experiência dos visitantes.
Classificada como Monumento Nacional pela DGPC desde 1910, a Sé do Porto recebia antes do período pandémico “uma média de 30 mil visitantes por mês”.
