
O aumento da incidência de casos de covid-19 e do índice de transmissibilidade (Rt), registados nos últimos dias, poderão ditar um travão no plano de desconfinamento anunciado pelo Governo, que define o arranque da terceira fase para a próxima segunda-feira, 19 de abril.
A informação só será, contudo, confirmada na próxima quinta-feira, depois da reunião do Conselho de Ministros, revelou esta terça-feira Marta Temido, depois da reunião no Infarmed que avaliou a situação da pandemia em Portugal.
“Vai seguir-se um conjunto de contactos e trabalhos no sentido de tomar as melhores decisões. A estratégia de desconfinamento foi aprovada no Conselho de Ministros e é gradual, deliberadamente progressiva e de ritmo lento, no sentido de ir adequando as medidas proporcionalmente àquilo que são as situações epidemiológicas”, sublinhou a ministra da saúde.
De acordo com a responsável, estes dias “são decisivos para que se consolidem tendências” e seja possível uma tomada de decisão do Governo, que terá em conta todos os números da evolução da infeção.
“Estava previsto um conjunto de decisões, mas a nossa estratégia gradual poderá ter paragens ou avanços”, afirmou, sublinhando que a situação epidemiológica já foi “mais favorável”.
Recorde-se que “o número de novos casos por 100 mil habitantes 14 dias e a taxa de transmissibilidade, medida através do índice R” foram os dois critérios anunciados por António Costa para avaliar o avanço ou recuo do plano de desconfinamento “a conta-gotas”, apresentado no início de março.
De acordo com informações avançadas pelos especialistas na reunião do Infarmed, Portugal poderá atingir os 120 casos por 100 mil habitantes dentro de “duas semanas a um mês”. Atualmente, o índice de transmissibilidade é de 1,05.