Este debate conta com a participação de António Sarmento, especialista em Medicina Intensiva e Infecciologia no Centro Hospitalar de São João e vice-presidente do Conselho Regional do Norte (CRNOM), e de Susana Magalhães, doutora em Bioética e membro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa. Carlos Mota Cardoso terá a responsabilidade de proferir as alegações finais deste debate.
O presidente do CRNOM, António Araújo, que irá moderar a conversa entre os dois especialistas, destaca a pertinência do debate sobre “um tema controverso, que divide a sociedade portuguesa, tendo-se tornado também muito mediático, fruto de algumas iniciativas legislativas, como foi o caso da Diretiva Antecipada de Vontade (vulgo, testamento vital) e da eutanásia”. “Os médicos não podem deixar de participar nestes debates, até porque em termos profissionais estão, direta ou indiretamente, neles implicados”, acrescenta.
De acordo com o presidente do CRNOM, “um médico, na sua atividade diária, é confrontado com múltiplos dilemas éticos, sobretudo os colegas que tratam doentes em fim de vida que estão, como é natural, muito mais expostos a estes dilemas”. António Araújo explica que, com muita frequência “esses colegas têm que decidir sobre se um determinado tratamento é adequado para o doente em questão ou se será apenas um encarniçamento terapêutico”.
“A sociedade tem, em primeiro lugar, que dar condições às famílias para cuidar dos seus entes, nomeadamente através de medidas de protecção e incentivo aos cuidadores informais, protegendo-os do desemprego, subsidiando-os, fornecendo cuidados de saúde profissional domiciliários, e alargando muito o número de unidades de cuidados continuados e de cuidados paliativos de modo a adequarem-se às necessidades”, sustenta António Araújo. Que defende que só depois “destas questões resolvidas, então a sociedade estaria em condições de discutir aberta e tranquilamente o assunto”.
O debate, recorde-se, realiza-se no próximo dia 4 de abril ,às 21h30, no Salão Nobre do Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. A entrada é gratuita e o debate aberto a todos os interessados no tema.
