A 21ª edição do Correntes d’Escritas, festival centrado na escrita de expressão ibérica, decorre de 15 a 23 de fevereiro, no Cine-Teatro Garrett, na Póvoa do Varzim. Álvaro Siza Vieira é o orador da conferência de abertura, marcada para o dia 19, às 15h, em que se deverão cruzar arquitetura, arte e literatura.
A grande novidade da edição de 2020 do festival é a presença de escritores catalães: “a literatura catalã estará cá em grande com exposições, participação de escritores em Mesas e o Instituto Ramon Llull também estará presente”, disse Luís Diamantino, vice-presidente e vereador da Cultura da autarquia local, acrescentando que, além de Barcelona, também “convidamos Óbidos a fazer parte deste evento: quanto mais cidades que se dedicam aos livros estiverem envolvidas mais importante será e mais força teremos todos em conjunto”.
A representar a literatura catalã estarão os escritores Clara Usón, Laia Martínez i López, Marta Orriols Balaguer e Tina Vallès. Como habitual, o alinhamento integra vários escritores de língua espanhola das mais variadas geografias, como Rosa Montero, Uberto Satibilite, Melcior Comes, Miguel Rojo e Najat El Hachmi (Espanha), Alexandra Zina (Argentina), Carmen Yáñez (Chile) ou Juan Gabriel Vázquez (Colômbia, vencedor do Prémio Correntes d’Escritas 2017).
Sobre o orador da Conferência de Abertura, o arquiteto Álvaro Siza Vieira, Luís Diamantino disse que “Álvaro Siza Vieira é um artista também. Virá falar sobre a arquitetura, a arte e a literatura porque tudo se toca. Estará cá com muito gosto. Quando foi convidado, disse logo que viria. Será um momento muito alto do Correntes d’Escritas”.
Afonso Cruz, Ana Luísa Amaral, Gonçalo M. Tavares, Isabel Rio Novo e Ricardo Araújo Pereira serão alguns dos representantes da literatura portuguesa. Participarão ainda no evento vozes da lusofonia, como Germano Almeida e Mário Lúcio (Cabo verde), Abdulai Silá e Conduto de Pina (Guiné-Bissau), Hirondina Joshua (Moçambique) e Manuel Rui e David Capelenguela (Angola).
Ao longo de uma semana, 100 escritores de 14 nacionalidades – 30 dos quais são estreantes -, passam pelo festival literário, cujo programa inclui lançamentos de livros, mesas redondas, uma feira do livro, residências literárias, visitas a escolas, cinema, música, exposições e, ainda, atividades para os mais pequenos.
A abertura do Correntes d’Escritas será assinalada com a entrega do Prémio Literário Casino da Póvoa – distinção principal do evento no valor de 20 mil euros -, ao qual concorrem 15 obras de autores como Lídia Jorge, Mário Cláudio, Mia Couto ou Pepetela. Aliás, uma das figuras de destaque nesta 21ª edição é Hélia Correia, a homenageada da Revista Correntes d’Escritas nº 19, que já ganhou um Prémio Literário Casino da Póvoa e que participará no evento.