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Consciência Humana… O que é, onde está e para que serve em tempos de pandemia!

Consciência Humana... O que é, onde está e para que serve em tempos de pandemia!

Tenho que confessar, é com muita credulidade que ouço dos responsáveis máximos governamentais e não só, do nosso país, um constante pedido à população em geral…

Devemos ter mais consciência… aumentar a nossa consciência sobre o que é o covid-19, consciência, sobre nos protegermos e protegermos os nossos entes queridos, pormos a salvo, os demais que estão à nossa volta, como muitas vezes referido, todos aqueles que estão em situação de maior risco, devido à idade avançada que possam ter, ou simplesmente, aos inúmeros problemas de saúde, que lamentavelmente possuem no momento atual.

A minha pergunta, perante estes pedidos que já duram há mais de um ano, há mais de 356 dias… foi sempre a mesma, será que a melhor maneira, a forma mais eficiente, mais “segura” de ultrapassarmos esta pandemia, é colocarmos nas mãos da população, no seu geral, essa responsabilidade?!!!

A resposta é um grande e fatídico NÃO.

Sinceramente, acho realmente intolerável, esta falta de clareza, esta falta consciente de informação útil, das pessoas que estão nos lugares de decisão, como também, de todos aqueles e infelizmente para nós, população em geral, sabemos que são muitos, eu diria, demasiados…que dão os esclarecimentos e opiniões “fundamentadas” para que o governo atue e transmita a informação da forma como o tem feito.

Basta analisarmos os relatórios que estão disponíveis, na comunicação social, deste ultimo ano, 2020, relacionados com a pandemia no âmbito nacional e conseguimos juntar facilmente as pontas que ainda hoje, inexplicavelmente, estão por juntar, a falta de regras claras e concisas, a falta de diretrizes bem definidas e eficientemente transmitidas e a total ausência de supervisão, para tornar estas regras obrigatoriamente cumpridas pela população em geral, fez desequilibrar completamente a nossa resposta a esta pandemia, fazendo com que milhares de pessoas morressem e continuem ainda no dia de hoje, com muito pesar meu, continuamente a morrer…

Será… que este cenário macabro, que ainda estamos a presenciar, alguns perplexos pela televisão, muitos, infelizmente, sentindo na pele toda esta ineficácia e total desorganização, pelos familiares diretos e indiretos que estão isoladamente a sofrer e lamentavelmente a perder a vida, “sozinhos” longe da família, que numa situação “normal”, estariam ao lado deles, a dar conforto e amor…

Será… que poderia ter sido antecipado, previsto e inteligentemente alterado??

É obvio que sim, para isso, bastava ter um pouco mais de apreço e real interesse no estudo da evolução da espécie humana até aos dias de hoje, no que toca ao seu desenvolvimento cognitivo e a noção de consciência emocional…sim, essa consciência que nos pedem para ter, mas que ironicamente não fazem a menor ideia do que é…

Na comunidade científica, Charles Darwin refere-se à consciência como sendo uma evolução do ser humano com objetivo de resolver conflitos entre impulsos de auto preservação e impulsos de segurança da família e sentido de comunidade.

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Na filosofia define a consciência como a aptidão, faculdade, intuição do intelecto que distingue o bem do mal.

Na religião a consciência está ligada à moralidade do ser humano e ao seu contributo para o bem universal e divino.  (Gago, 2014).

António Damásio defende que o homem moderno se tornou perito na produção de mapas neurais, sendo que estes são o cerne da consciência, as imagens e sentimentos básicos vão contribuir para o desenvolvimento do eu pensante, da consciência (Damásio, 2010).

Não me querendo tornar maçador, apenas pretendo demonstrar, que um dos muitos fatores que podem influenciar, em grande escala, a consciência humana é naturalmente, um estado emocional alterado, o que num estado de pandemia, onde o desespero, o medo, a insegurança, a falta de controle, o stress constante são facilmente encontrados e são um fator decisivo para boicotar completamente as nossas decisões, o nosso pensamento, de uma forma automática, os nossos comportamentos…colocando-nos assim, facilmente e descontroladamente, todos em perigo.

Mas será que ninguém ligado à saúde e que esteja diretamente responsável por dar esta informação valiosa ao governo e assim, poupar milhares de vidas, poupar milhares de pessoas que vão ficar mentalmente, emocionalmente destruídas e que naturalmente vão influenciar, e muito, a economia do nosso país, do nosso futuro, não foram ouvidas… essa informação não chegou?!!!

Ou será que chegou, e por questões meramente políticas, burocráticas, interesses económicos, não foi aceite ou simplesmente, posta de lado?

Em resumo, acredito que num caso, como este, que além de muito grave, é completamente atípico, em que vivemos uma pandemia, onde as nossas emoções, podem estar e estão naturalmente, mais desajustadas, é obrigatório dentro da nossa consciência global atual, século XXI, termos regras bem claras e de fácil compreensão, havendo pesadas repercussões para quem não as pratica, que nos indiquem como devemos proceder, com quem podemos estar, como e para onde podemos ir, de forma a não estarmos a mercê das escolhas individuais em geral, que como vimos, estão seriamente comprometidas e de uma forma consciente não temos noção disso.

Assim sendo e tendo por base, que não há um estudo científico atualizado, sobre o nível de consciência emocional a nível mundial, para que nos possamos basear e analisar, podemos, apenas…observar à nossa volta, no nosso país e no mundo em geral e conseguimos rapidamente compreender que a nossa gestão emocional é ainda francamente diminuta, guerras desnecessárias, lutas ridículas no transito, insultos e perda total de noção de bom senso em jogos de futebol, programas televisivos que promovem a falta de respeito e o mau comportamento, um desrespeito constante pelos direitos humanos, racismo, poluição, negação do aquecimento global, etc…

Em tom de desabafo… se me perguntarem, em que idade a nossa consciência emocional, de um modo geral está, eu diria que anda por volta dos 13 ou 14 anos, ou seja, a de um adolescente…com todos os altos e baixos emocionais, a que estamos habituados…e vamos ser realistas, todos podemos compreender, que colocar a decisão de como nos devemos comportar num estado de pandemia, num adolescente com essa idade, o resultado não podia ser muito diferente do que lamentavelmente é neste momento…o número 1… Portugal no final de janeiro deste ano foi o país do mundo com maior número de novos casos e novas mortes por milhão de habitantes…

Raul Pereira
Master Coach e Hipnoterapeuta
HICOA – Hipnose Psicologia Coaching

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