O juiz-presidente da Comarca do Porto, José António Rodrigues da Cunha, receia que, “a curto prazo”, haja um bloqueio de alguns tribunais, caso não se verifique um reforço de funcionários e de salas de audiência. Em entrevista à Lusa, o responsável defendeu que, “neste momento, o que é prioritário é o reforço de funcionários judiciais, a par da normalização do funcionamento do Citius e da ampliação de alguns tribunais”.
Em relação ao portal informático Citius, cujo “mau funcionamento” é “inequívoco”, José António Rodrigues da Cunha realçou que o mesmo deverá estar a funcionar até ao final de outubro. Apesar dos constrangimentos, o juiz-presidente assegurou que “não houve atos urgentes que não tenham sido realizados” e que ao nível dos julgamentos agendados “as coisas funcionaram normalmente”, até “pelo esforço feito pelos magistrados e pelos funcionários”, cujo empenho impediu que tudo ficasse “bloqueado logo na primeira ou segunda semana”.
A propósito dos recursos humanos, sublinhou que, “num universo como é o Porto, o número de funcionários que estará em falta, e que ultrapassará a centena, afeta praticamente todas as secretarias”. Desta forma, considera urgente “que se admitam rapidamente novos funcionários” uma vez que “sem o reforço, as secções não vão poder funcionar” e “vão chegar a um ponto onde terão de bloquear”.