A investigadora do CIIMAR, no Porto, Luísa Valente, disse à agência Lusa que, com o “MARINALGAE4aqua”, pretende-se criar “alternativas económicas e ambientalmente viáveis”, capazes de substituir a tradicional farinha e óleo de peixe, que são os constituintes base das rações, respondendo, assim, ao crescimento previsto para o setor aquícola.
As algas marinhas selecionadas, “que podem reduzir as importações de proteína e lípidos para a União Europeia”, vão ser cultivadas através de processos tecnológicos otimizados, minimizando dessa forma a sobre-exploração dos recursos marinhos e a perda da biodiversidade.
Os investigadores do Porto apostam também na “produção de peixe de qualidade”, através da “redução do tempo de abate e fornecimento de alimentos seguros e saudáveis de elevada aceitação pelo consumidor”, de modo a garantir os padrões de segurança alimentar e as necessidades dietéticas para uma vida saudável.
De acordo com a coordenadora, o projeto surge como uma resposta a um desafio lançado pela ERA-NET COFASP – Rede Europeia de cooperação na área das pescas, aquacultura e processamento do pescado, que “identificou a sustentabilidade ambiental da aquacultura como área de investigação crucial para assegurar o aumento da produção de peixe”.
Para o seu desenvolvimento, foi criado um consórcio no qual fazem parte 12 instituições – centros de investigação, universidades e empresas – de Portugal, da Noruega, da Turquia, a Grécia, de Itália, da Dinamarca e da França, estando envolvidos cerca de 50 profissionais, sendo dez deles do CIIMAR.
O projeto tem um financiamento total de 1,2 milhões de euros, assegurando, cada país, a sua comparticipação que, no caso português, é de aproximadamente 200 mil euros. O projeto terminará em 2019.