
A Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Católica Porto desenvolveu um protetor solar com base em espinhas de bacalhau.
De acordo com o comunicado enviado às redações, “este produto foi obtido transformando as espinhas de bacalhau com um tratamento numa solução de ferro, seguida de um aquecimento a temperaturas elevadas (700 ºC). O tratamento em solução permitiu a incorporação do ferro no principal material constituinte das espinhas – um fosfato de cálcio designado hidroxiapatite –, modificação que torna o material absorvente na radiação ultravioleta.” O pó é capaz de absorver as radiações ultravioletas UVA e UVB, podendo, por isso, ser classificado como protetor solar cinco estrelas, a máxima proteção numa das escalas aceites internacionalmente.
A fim de avaliar a eficácia e segurança num produto real, o pó foi incorporado na formulação de um creme protetor, tendo demonstrando absorção da luz ultravioleta UVA e UVB. O creme, já testado, não causou irritações na pele ou outras reações negativas, o que atesta a sua segurança e compatibilidade com a pele. Esta é a primeira vez que um creme para proteção solar é desenvolvido com base em hidroxiapatite e a primeira vez que, para obter esse produto, foram usadas espinhas de bacalhau.
Desenvolvida pela Escola Superior de Biotecnologia da Católica Porto, a investigação conta com a participação da Inovapotek – empresa de desenvolvimento e ensaios na área cosmética – e do CICECO (Centro de Investigação em Cerâmicos e Materiais Compósitos) da Universidade de Aveiro. Este grupo de investigação já trabalhou anteriormente na valorização das espinhas de bacalhau, tendo desenvolvido um método para a produção de materiais utilizáveis em implantes ósseos.