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Casa de acolhimento do Porto proporciona autonomia a quatro jovens

Casa de acolhimento do Porto proporciona autonomia a quatro jovens
Quatro raparigas de uma instituição de acolhimento do Porto vão passar a viver no próximo verão num apartamento de autonomia, disponibilizado pela câmara municipal, cumprindo um novo paradigma na área dos jovens em risco.

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A Associação de Proteção à Infância Bispo D. António Barroso (API) foi fundada em 1903. Em 2015, lançou o desafio ao vereador do pelouro da Habitação e Ação Social, Manuel Pizarro, e, agora, quatro jovens entre os 18 e 21 anos passarão a viver na zona da Avenida Fernão de Magalhães.
A informação foi avançada à agência Lusa por Maurício Pinto, presidente da API, que tem ainda em estudo, com mais três instituições, “a ocupação, com o mesmo fim, de uma moradia em São Roque da Lameira”.
Instituição Particular de Segurança Social desde 1986, a API alberga 27 meninas, dos seis aos 21 anos, tendo capacidade para 30. De acordo com o responsável, “não se trata de um armazém para crianças desfavorecidas, antes procurando-se individualizar, respeitando a sua autonomia”.
“A capacidade [de acolhimento da instituição] nunca esgota, porque por vezes há situações de emergência, de crianças que foram retiradas do seio familiar ou em trânsito e que temos de acolher”, salientou Maurício Pinto.
Caracterizada como uma LIJ (Lares de Infância e de Juventude), a API “acolhe crianças em risco, com problemas de toxicodependência, violência familiar, doméstica ou até com comportamentos desviantes que o tribunal encaminha com medidas tutelares”.
Na associação, recebem o “acompanhamento de uma equipa técnica e demais colaboradoras e até há duas educadoras que no passado estiveram institucionalizadas”.
A sua experiência de vida, defende o presidente, “é importante e hoje prova a mudança de paradigma que aconteceu e que passou das regras rígidas para a importância do estudo da criança e do seu plano de vida”.
Em diferentes estágios de acolhimento, “há as que podem visitar a família ao fim de semana e outras que não”, todas elas frequentam escolas nas redondezas, “num trajeto monitorizado pelas técnicas” e cujos relatórios seguem depois para a Segurança Social, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) e para os tribunais.
Segundo o responsável, o trabalho de proximidade e de acompanhamento das jovens permitiu, por exemplo, que o “elevado número de fugas ocorrido há três e quatro anos praticamente tenha desaparecido desde 2014”, quando as meninas não regressavam após terem ido visitar a família ou da escola.
Com as verbas provenientes da Segurança Social conseguem assegurar os encargos com o pessoal, manutenção das instalações e demais despesas com as meninas, e a API distribui “há dois anos uma mesada às jovens com mais de 11 anos”, para que estas tenham “condições iguais às dos seus colegas de escola quando querem, por exemplo, comprar um gelado”.
Para além disso, “temos património, casas arrendadas que resultaram de ofertas de beneméritos e que permitem receitas extras”, revelou o responsável, que reivindica “um regime específico no IVA para o gás e a eletricidade ou a isenção do IMI dos imóveis arrendados”.

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