Objetos de outros tempos, da arte sacra aos autocolantes políticos do período pós-25 de Abril, compõem a exposição “Casa de Recordações – da Monarchia à Res Publica”, que abre portas no dia 25 de abril, pelas 16h, no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira.
O acervo que será apresentado foi reunido por César Príncipe, jornalista, colecionador e divulgador cultural, e inclui arte sacra portuguesa e flamenga dos séculos XVI a XVIII, peças decorativas, esculturas, pinturas, artefactos do quotidiano, fotografias, selos, medalhas e moedas, mas também pins, autocolantes, cartazes, gravuras, serigrafias, litografias, caricaturas, folhetos, panfletos e manuscritos.
Estes objetos pretendem constituir-se como “janelas abertas para o tempo passado, instigando os visitantes a refletir, investigar e descobrir”.
“Casa de Recordações – da Monarchia à Res Publica” está assente em três núcleos fundamentais – “Praça da Monarchia”, “Praça do Império” e “Praças da República” –. “Dos pesados livros que guardam as linhagens da monarquia e da casa real portuguesa aos autocolantes da campanha presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho, César Príncipe recolheu e colecionou quase tudo o que encontrou pela frente, incluindo escarradeiras portáteis, caixas de rapé, discos de vinil com discursos do Movimento das Forças Armadas, revistas, edições raras de livros imortais, bolas de futebol, o último manual escolar da monarquia, panfletos da resistência clandestina a Salazar ou cartas a aprazar duelos”, refere o comunicado da Câmara Municipal de Matosinhos.
Destaque também para uma estatueta equestre de Gustavo Bastos, um dos muitos cavalos que Álvaro Siza Vieira desenhou, bem como a documentação sobre os ofícios mais ou menos tradicionais, iconografia relativa à evolução do papel da mulher na sociedade. A memória local do Porto e de Matosinhos não foi esquecida, ocupando uma sala no Museu da Quinta de Santiago.
“Num momento em que, outra vez, voltam a pairar sobre a Europa os espetros sinistros do pensamento unívoco e do autoritarismo, do isolacionismo e da intolerância, os objetos reunidos por César Príncipe, e a reflexão que através deles nos propõe, afiguram-se como uma forma significativa de assinalar os 45 anos da liberdade conquistada em Abril de 1974”, considera o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, Fernando Rocha.
Integrada no programa municipal de comemoração dos 45 anos de revolução de 25 de Abril de 1974, a exposição “Casa de Recordações – da Monarchia à Res Publica” ficará patente até 30 de junho.
“Casa de Recordações – da Monarchia à Res Publica”
Museu da Quinta de Santiago
Rua de Vila Franca – Leça da Palmeira
Horário: de terça a domingo, das 10h às 13h e das 15h às 18h.
