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Câmara organiza “grande debate” sobre as ilhas do Porto

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O presidente da Câmara do Porto anunciou esta terça-feira a realização de “um grande debate” sobre as “ilhas” do Porto nos dias 4 e 5 de julho. Rui Moreira defende ainda uma discussão alargada a especialistas sobre o problema da habitação.

“Vamos organizar dias 04 e 05 de julho um grande debate sobre as ‘ilhas’ do Porto. Iremos organizar isso em dois dias, um para visitas às ‘ilhas’ e perceber o tecido do que estamos a falar (…) e outro dia para convidar especialistas e republicar o livro que foi feito sobre o levantamento das ‘ilhas’ e que se esgotou”, avançou esta terça-feira Rui Moreira, durante a reunião camarária.

As “ilhas” são habitações operárias típicas do Porto, lançadas no século XIX e constituídas por edifícios unifamiliares no centro da cidade, normalmente com um piso e separadas ou ladeadas por um corredor de acesso à via pública.

Rui Moreira considera que a dimensão do problema da habitação não se esgota nas “ilhas” do Porto, nem pela habitação social. O presidente concorda com uma proposta do vereador do PS, Manuel Pizarro, para que se realize um debate sobre o tema do acesso à habitação.

Para Rui Moreira, a Câmara Municipal do Porto “deve apresentar propostas de estratégias”, com a audição de todos os vereadores, e convidar o professor e economista Alberto Castro, para ajudar nos instrumentos disponíveis e aproveitar os melhores os recursos financeiros.

“Há um grande problema para o acesso à habitação e o custo da habitação cresceu muito mais rapidamente do que o salário disponível das famílias. Isto precisa de uma solução pública e privada”, acrescentou o autarca.

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O Porto tem casas “onde ninguém quer viver” e há pessoas a querer viver onde não há casas, que são os centros das cidades, porque há melhores condições de vida, mas não há território, nem habitação suficiente, referiu Rui Moreira.

O vereador socialista Manuel Pizarro apresentou esta terça-feira uma proposta para a realização de um debate sobre o assunto do acesso à habitação, destacando que os problemas são distintos aos que existiam no passado e que há “um alarme social em relação à habitação no Porto”.

Manuel Pizarro defendeu que se faça um “debate sereno na Câmara” a 17 de julho para resolver os problemas de acesso à habitação para as classes médias ou mais jovens, “onde se pudessem colocar opiniões” e onde se defendesse uma política conjunta.

O vereador social-democrata Álvaro Almeida também defendeu que “é importante que a Câmara faça essa discussão com a presença do professor Alberto Castro, designadamente para analisar as políticas sobre quais são as vantagens e inconvenientes de todas “as alternativas”.

“Uma reunião com peritos especializados e nós todos (…), acho que é fundamental e urgente”, referiu Álvaro Almeida.

Também a vereadora comunista, Ilda Figueiredo, se mostrou disponível para um debate para resolver o problema da habitação no Porto e “definir as políticas públicas”.

De recordar que a Assembleia Municipal do Porto rejeitou, esta segunda-feira à noite, a criação do observatório da habitação, implementação de um plano de emergência para realojar famílias despejadas e alterações ao regime de arrendamento urbano, que foram recomendadas pelo BE, CDU e PAN.

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