O Município de Matosinhos quer “medir” os impactos que o anunciado fecho da refinaria da Galp terá no concelho, nomeadamente em termos económicos e de desemprego. Para isso, criou um grupo de trabalho especializado e também um conselho consultivo.
Elaborar um estudo sobre os impactos socioeconómicos do fecho da refinaria da Galp no concelho de Matosinhos, bem como reunir informação “rigorosa e científica” sobre o tema da energia, é a missão do grupo de trabalho especializado, composto pela Faculdade de Economia e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e pelo Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI).
“Queremos ter toda a informação sobre o tema, o que implica o lítio e o hidrogénio, ou seja, novos temas que podem ser trazidos pela Galp para a discussão e sobre os quais nos queremos ter toda a informação rigorosa para possíveis decisões que tenhamos de vir a tomar”, disse Luísa Salgueiro, presidente da autarquia, à agência Lusa, citada pelo Notícias ao Minuto, revelando ainda que o estudo deverá estar concluído em abril.
Por ser um tema “particularmente importante para o futuro do concelho e região”, Luísa Salgueiro criou também um conselho consultivo para refletir sobre o que deve ser o futuro da refinaria, com diversas instituições e personalidades, nomeadamente Porto Business School, CEiiA, ADPL, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Nós, Efacec, Unicer, o investigador Sobrinho Simões, o presidente honorário do Conselho de Administração do Banco BPI Artur Santos Silva ou o reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira.
“O objetivo é ajudar-nos a refletir e ter um pensamento estratégico sobre o que deve ser aquela instalação (refinaria) no futuro para ser uma mais-valia para Matosinhos, a região Norte e o país”, afirmou a autarca.
De recordar que a Galp anunciou, em dezembro de 2020, a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano, decisão que, de acordo com estimativas dos sindicatos, põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.