A Câmara Municipal do Porto anunciou que vai testar para a covid-19 todos os idosos a residir em lares ou residências coletivas na cidade do Porto, assim como os respetivos funcionários, “através de um rastreio sistemático e inédito no país”.
No comunicado divulgado, a autarquia explica que a iniciativa, que partiu do município, conta com o apoio do Hospital de São João e dos Centros de Saúde e implica “a montagem de unidades de cuidados na Pousada da Juventude e no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota com o apoio do Exército, que ali montará 300 camas”.
O Hospital de São João vai garantir a análise das amostras e resultados em cerca de 24 horas, enquanto os Centros de Saúde estarão responsáveis pela recolha das amostras, garante o município, referindo que o Exército Português apoiará a montagem das camas e os bombeiros municipais ajudarão no transporte e assistência pré-hospitalar, numa “resposta que será também articulada com o Hospital de Santo António”.
“A mega operação de rastreio implica a segregação consecutiva da população infetada dos que resultarem negativos no teste e que serão transferidos pelos meios dos próprios centros e com o apoio do Batalhão de Sapadores dos Bombeiros do Porto, para espaços «limpos» que estão a ser preparados pela Câmara do Porto”, indica ainda o município.
Entre esses espaços está a ser preparado o SuperBock Arena – Pavilhão Rosa Mota, onde o Exército Português apoiará a montagem de um espaço de cuidados continuados, e a Pousada da Juventude.
Desta forma, a autarquia está a “recrutar soluções de pessoal auxiliar em regime de voluntariado ou mobilidade, que possam ajudar e melhorar a resposta no auxílio à população não infetada, deslocalizada e em acompanhamento”. “A ideia é segregar completamente cidadãos idosos infetados e não infetados e acompanhar ambos”, realça.
Segundo a Câmara Municipal, a concretização deste projeto é possível graças à disponibilização de 5 mil testes para covid-19 ao município por parte da Fundação Fosun e da Gestifute.
Citado na nota divulgada, Rui Moreira diz acreditar que com este contributo será possível “salvar vidas, aliviar a pressão sobre os hospitais e permitir uma mulher e mais permanente monitorização sobre esta população particularmente fragilizada”. “Não podemos abandonar os lares e estas populações neste momento e tudo faremos, até ao limite das competências municipais e das nossas próprias forças para salvar todos os que pudermos salvar”, garante.