
Em 2017, a Câmara do Porto serviu 59.772 refeições a sem-abrigo no Restaurante Solidário da Batalha e está a preparar a abertura de mais dois espaços, um no centro da cidade e outro na Boavista.
O gabinete de comunicação da autarquia adiantou à agência Lusa que, em 2017, o restaurante da Batalha, criado como alternativa à distribuição de comida na rua, serviu uma “média diária de 164 jantares”, e cada um dos novos estabelecimentos de restauração deverá ter capacidade “para cerca de 150 refeições/dia”.
Já no Centro de Acolhimento de Emergência do Hospital Joaquim Urbano, uma outra valência de apoio aos sem-abrigo em que a autarquia participa, forneceram-se desde setembro de 2017 “cerca de 175 refeições diárias (pequeno-almoço, almoço, lanche tarde, jantar e ceia)”, o que equivale a um total de cerca de 16.250 refeições no último ano.
De acordo com a câmara, por este centro já passaram 43 pessoas desde setembro de 2017. Atualmente, o centro tem 20 utentes.
Para o funcionamento esta valência, que resulta de parceria com o Centro Hospitalar do Porto (CHP) e o Instituto da Segurança Social, a Câmara do Porto investiu, entre setembro de 2017 e julho, cerca de 200 mil euros.
A câmara está a preparar a abertura de mais dois novos restaurantes, estando a “estabelecer contactos para encontrar espaços para a abertura no mais curto espaço de tempo possível”.
“A nossa prioridade vai para próximo do centro da cidade e um outro para a zona da Boavista”, avançou a autarquia.
Em 2017, o Município do Porto investiu 74 mil euros no Restaurante Solidário da Batalha, gerido em colaboração com a Associação CASA – Centro de Apoio aos Sem-abrigo, entidade que “assegura a gestão diária do restaurante, incluindo toda a logística” e “articulação com todos os parceiros”.
Existem já “alguns mecenas” para os novos restaurantes, “quer para o apetrechamento quer para o fornecimento de géneros”.
Em novembro de 2017, o presidente da câmara, Rui Moreira, disse que queria ter “pelo menos dois, se não três” restaurantes solidários para sem-abrigo, apontando a Boavista e o Campo 24 de Agosto como localizações a juntar ao equipamento da Batalha.
A 8 de julho de 2016, o programa de ação para os sem-abrigo indicava existirem “cerca de 120 pessoas a viver com caráter mais ou menos permanente” nas ruas do Porto.
Os documentos referiam ainda o trabalho do Núcleo de Planeamento e Intervenção nos Sem Abrigo (NPISA) do Porto, que a câmara queria complementar, e que em 2015 abrangia mais de 700 pessoas.
Entretanto, no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo 2017-2023, a autarquia assumiu, em fevereiro de 2018, a coordenação do NPISA Porto.
A câmara adianta que atualmente está “a ser elaborado o Plano de Ação para 2018-2019, a proceder-se ao levantamento das respostas existentes na cidade e a elaborar-se um Guia de Respostas Sociais para as Pessoas em Situação de Sem-Abrigo”.