O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, confirmou esta quarta-feira que a autarquia vai participar no concurso de concessão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), admitindo a hipótese de se associar aos restantes cinco municípios servidos pela empresa. A notícia de que Moreira pretendia entrar na corrida tinha sido avançada pela edição de ontem do jornal Público. Segundo explicou o autarca independente, a decisão surge após “um longo processo negocial com o Governo”, que a câmara acompanhou através do Conselho Metropolitano do Porto. Num encontro com a comunicação social, o presidente referiu que a empresa de transportes tem vindo a perder utentes e que “a rede que foi posta a concurso não resulta em benefício dos cidadãos”. Assim sendo, acredita que a melhor solução será a de concorrer a essa concessão, apostando numa nova rede, “que represente aquilo que a população pretende nesta altura”.
Rui Moreira não quis, para já, revelar qual será a empresa municipal a participar no concurso, assegurando, contudo, que o modelo apresentado será “sustentável”.
A Comissão de Trabalhadores (CT) da STCP lamentou que a autarquia portuense apenas tenha tomado uma posição sobre a concessão da empresa depois do lançamento do concurso, publicado em Diário da República (DR) na passada sexta-feira. Em declarações à Lusa, Pedro Silva, da CT, confessou que os funcionários “têm vindo a denunciar há imenso tempo” que o processo foi “mal estruturado” e que estranharam o silêncio da câmara. “Lamentamos que só depois de o concurso ser publicado, a Câmara do Porto venha agora dizer que não defende os interesses das populações”, referiu, frisando que “apesar de ter sido uma reação tardia, ainda vai a tempo de empancar isto ou, pelo menos, de adiar o concurso até que sejam realizados estudos prévios”.