Numa reunião camarária pública, a administradora da empresa municipal Go Porto, Cátia Meirinhos, indicou que 84% dos comerciantes do mercado (100 dos atuais 140, contabilizando as bancas interiores e as lojas exteriores) querem regressar ao Bolhão quando estiver concluída a empreitada de dois anos, adjudicada por 22,4 milhões de euros e atualmente em análise pelo Tribunal de Contas (TdC).
De acordo com a responsável, vão transitar para o mercado requalificado 74 comerciantes do interior e 26 do exterior (40 cessam atividade), mas existem já “185 pedidos as futuras lojas de rua do Bolhão, para as quais terá de ser aberto um concurso”.
O presidente da Câmara, Rui Moreira, destacou a preocupação em “preservar os direitos históricos” dos comerciantes, notando que a Câmara lhes ofereceu “condições claramente vantajosas”.
“Naquele local [no centro do Porto], as rendas aproximam-se dos 70 euros, ou seja, oito vezes mais do que vamos cobrar [aos comerciantes do atual Bolhão]”, afirmou.
Francisco Rocha Antunes, do Gabinete do Mercado do Bolhão, revelou que “nenhum inquilino manifestou dúvidas” sobre a adequação das novas rendas.
“No rés do chão virado para o exterior, serão 8,88 euros por metro quadrado. Nos pisos superiores, o valor será o praticado no interior do mercado recuperado: 3,86 euros por metro quadrado”, descreveu.
Com os documentos esta quinta-feira aprovados, a Câmara disponibiliza-se a gastar até um máximo de 5,6 milhões de euros em despesas com os comerciantes, nomeadamente “deslocações”, “suspensão de atividade”, compensações por cessação da atividade e eventuais “perdas de faturação” devido à transferência para o Mercado Temporário do Bolhão (MTB).
“Só se a quebra de vendas [no MTB] for muito grande é que estes valores serão esgotados”, indicou Francisco Rocha Antunes.