
O presidente da Câmara do Porto afirmou esta segunda-feira que as conclusões do estudo encomendado pela Associação Comercial do Porto, relativo à Gestão da Rede Rodoviária Nacional, vão de encontro ao que já defende há muito tempo sobre a mobilidade na Área Metropolitana do Porto: a sobrelotação da VCI só se resolve com a extinção das portagens na CREP (Circular Regional Externa do Porto).
Recorde-se que a Associação Comercial do Porto promoveu esta segunda-feira um seminário sobre a “Gestão da Rede Rodoviária Nacional”, para apresentar um estudo realizado por um conjunto de renomados técnicos e especialistas das áreas da mobilidade e dos transportes, e convidou Rui Moreira para comentar as conclusões vertidas no documento, num painel em que também participaram o ministro do Planeamento, Pedro Marques, e o presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde.
Rui Moreira admitiu que as conclusões deste estudo não o surpreenderam.”Não é mais suportável que se exija ao cidadão comum que trate bem do ambiente, que contribua para a descarbonização, quando as decisões políticas tomadas em matéria de transportes vão exatamente em sentido contrário”, afirmou.
“Portugal deve ser o único país no mundo em que se penalizam as circulares e se subsidiam as radiais”, continuou.
Assim, o presidente da Câmara do Porto defende como solução imediata a extinção definitiva das portagens. “A primeira solução passa por incentivar a utilização da CREP e esse objetivo só se consegue com o fim das portagens”. Só depois de aplicada esta medida, acrescentou, poderão ser equacionadas outras medidas complementares (e se necessárias) restritivas do atravessamento da AMP de veículos pesados que nada têm a ver com a atividade económica relacionada com a cidade.
“A CREP lembra-me a minha rua quando era pequenino. Podem lá pôr-se quatro pedras e jogar futebol porque ninguém a utiliza”, brincou.