
A Câmara de Gaia investiu mais de um milhão de euros no mercado da Afurada, incluindo a indemnização paga à empresa Britalar, que iniciou a obra e que iria concessionar o espaço, mas entrou em insolvência e não cumpriu com o acordado. Reclamou, porém, a verba gasta na empreitada.
Em junho, o presidente gaiense, Eduardo Vítor Rodrigues, anunciou que, após longas negociações, conseguiu reduzir o valor de indemnização pedida, de 1,8 milhões de euros para 940 mil.
A isto soma-se um investimento camarário na ordem dos 150 mil euros na zona dedicada à venda de peixe e frescos e uma segunda parte do espaço está concessionado a uma cadeia de restaurantes.
Esta sexta-feira de manhã, na inauguração do mercado, Eduardo Vítor Rodrigues sublinhou a “nova dinâmica económica” que o mercado leva à zona e destacou as vantagens para os pescadores locais: “Passam a ter uma zona de lota, de venda de peixe, digna que é compatibilizada com venda de frescos. [O objetivo] é que este espaço seja um sustento para as famílias da Afurada”.
Garantindo que foi priorizada a entrega das lojas e das bancas às pessoas da Afurada, o autarca descreveu o mercado como “moderno” e falou em “lógica social e não de lucro”.
“O modelo pensado inicialmente era de gestão privada mas decidimos dividir o mercado em dois, concessionando uma parte e mantendo a outra na gestão da câmara que cobrará valores simbólicos”, disse o autarca.
O mercado da Afurada conta, nesta data, com nove ocupantes, sendo que apenas um (snack bar) funciona em permanência. Os restantes revestem caráter ocasional, funcionando uma ou três vezes por semana.
A câmara aponta como “inovação” do novo mercado “a diversificação da oferta, através da introdução de novos produtos, designadamente pão, flores, produtos congelados e outros que se apresentem à hasta pública e que se considere que cabem na estratégia do mercado”.
O horário de funcionamento será terça-feira a sábado, das 07h30 às 17h.
Na cerimónia foi anunciado ainda que arranca segunda-feira, também na Afurada, a obra de reabilitação da zona dos aprestos, espaço que também dá acesso ao cais dos barcos de pesca.
A empreitada inclui reordenamento da área de estacionamento, requalificação dos aprestos e vedação do cais. A obra é da responsabilidade da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), e o presidente do conselho de administração, Brogueira Dias, disse à agência Lusa que deverá custar cerca de 150 mil euros e demorar entre um e dois meses.