
A Câmara Municipal de Braga anunciou o lançamento do concurso público para a elaboração do Estudo Prévio do sistema de BRT (Bus Rapid Transit), confirmando também o arranque, já esta semana, do concurso para a construção da linha vermelha. A infraestrutura deverá começar a ser construída no primeiro semestre de 2025 e pretende marcar uma viragem na mobilidade urbana da cidade.
O anúncio foi feito durante a reunião do Conselho Consultivo da Mobilidade, que decorreu na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. O presidente da autarquia, Ricardo Rio, sublinhou o “forte empenho” do município na transição para uma mobilidade mais sustentável, destacando o BRT como um sistema “moderno, fiável, frequente e rápido”.
De acordo com a autarquia, a futura linha vermelha do BRT irá ligar a estação ferroviária ao Hospital de Braga, passando pela Universidade do Minho. Com cerca de seis quilómetros de extensão, será assegurada por 12 autocarros, incluindo veículos de reserva, e terá uma frequência de seis minutos. O investimento previsto ronda os 76 milhões de euros, apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Parte do traçado contará com via dedicada, enquanto outros trechos terão prioridade semafórica. A ligação ao campus universitário foi viabilizada após uma proposta da reitoria, que permitiu desbloquear o traçado.
Paralelamente, a autarquia adiou a construção da linha amarela, que previa a ligação entre a estação ferroviária e a Avenida Robert Smith. A decisão prende-se com as restrições impostas pela Infraestruturas de Portugal, que inviabilizaram a utilização de faixas exclusivas na Avenida António Macedo, comprometendo a continuidade da via dedicada.
Segundo o administrador dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), Teotónio dos Santos, o projeto foi sendo preparado desde 2021, com várias fases de estudo, nomeadamente de procura, contagens de tráfego e análise de inserção urbana. A rede de BRT de Braga contará, numa primeira fase, com duas linhas e 12,2 quilómetros, prevendo-se a sua expansão para quatro linhas e 22,5 quilómetros no total. O investimento global é de 150 milhões de euros, dos quais 100 milhões são financiados pelo PRR.
Na reunião do executivo municipal foi também aprovada a alteração dos estatutos dos TUB, reforçando o papel da empresa na liderança da construção e futura gestão do BRT.