Em comunicado, o Boavista confirmou o recurso para o Supremo Tribunal de Justiça da decisão tomada pela Relação do Porto relativamente ao plano de recuperação financeira que tinha acordado com uma grande parte dos seus credores.
Fonte da SAD declarou à agência Lusa que o clube está confiante numa decisão favorável no Supremo. “Quase certeza absoluta de que o Supremo irá decidir a favor da maioria dos credores”, afirmou.
Em janeiro de 2014, o Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE) adotado pelo Boavista foi aprovado por 87% dos credores.
Este plano consiste no pagamento faseado das dívidas, dividido por 150 prestações mensais, com perdão total de juros. O Boavista deu privilégio aos credores do Estado (Autoridade Tributária e Segurança Social), com os “quais esta SAD tem cumprido plenamente os acordos vigentes”, como salienta o comunicado, em detrimento de ex-trabalhadores, futebolistas e entidades privadas a quem se previa um período de carência de 30 meses.
Mas 13% dos credores, que votaram desfavoravelmente o SIREVE e iriam receber o pagamento mais tarde, entraram com uma ação em tribunal. Apesar de, numa primeira fase, o tribunal ter dado razão à SAD do Boavista, a minoria (correspondente a 31 credores) recorreu da decisão há cerca de duas semanas e com sucesso.
No comunicado, a SAD faz referência aos anos em divisões inferiores que obrigaram o clube a “um grande esforço de contenção económico-financeira”. Acrescenta, ainda, que “para poder continuar a dar cumprimento dos acordos com as entidades públicas, tem esta SAD um orçamento para o futebol muito reduzido, talvez o mais baixo da I Liga”.
O acórdão do Tribunal da Relação justifica o chumbo do plano de recuperação financeira com uma alegada conclusão do processo fora do prazo legal. De acordo com Diogo Braga, administrador da SAD do clube, “o atraso nada tem a ver com o Boavista”, mas sim com as entidades públicas “que demoraram a responder”.