Durante esse tempo, 187 atletas, (72% do total) relataram 469 enfermidades (fora lesões), o que indica uma incidência de 21 doenças em 1.000 dias de desporto. Contudo, os autores do estudo encontraram uma ampla variação da incidência em função da localização das competições. Esta passou de 15 por 1.000 nas partidas disputadas em casa antes do torneio, a 32 por 1.000 nas partidas realizadas em lugares a mais de cinco fusos horários de distância, voltando a 10 por 1.000 nos confrontos disputados em casa depois do torneio.
«O estudo confirmou que houve um aumento significativo das doenças quando as equipas viajaram mais de cinco fusos horários a partir do seu país de origem (seja de leste para oeste, como ao contrário), mas não houve nenhum aumento quando as equipas estavam em casa», destacaram os autores. A maioria das enfermidades relatadas pelos médicos nos 259 jogadores de rugby foi de natureza infeciosa. As infeções respiratórias (31%) lideraram a lista, seguidas de problemas gastrointestinais e de pele.
Martin Schwellnus, da Universidade da Cidade do Cabo, que dirigiu o trabalho, mostrou-se cauteloso na hora de explicar o fenómeno. «Os resultados informaram que o risco de enfermidade não está diretamente relacionado com a deslocação, mas sim com a chegada e permanência de uma equipa num destino distante», destacou, acrescentando que o fenómeno pode durar várias semanas. Os autores sugeriram várias hipóteses, inclusive a exposição a diferentes condições climáticas (temperatura, humidade, contaminação) e as mudanças na dieta, mas destacaram a necessidade de realizar mais estudos para determinar o papel exato destes fatores. De acordo com Schwellnus, o interesse é o de «identificar os jogadores em maior situação de risco, como os que tenham uma predisposição a alergias, a fim de tratá-los antes de viajar».
