A Assembleia Municipal do Porto aprovou o lançamento do concurso público para a aquisição de serviços de operação e manutenção do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), cuja conclusão da obra está prevista para o segundo semestre do ano.
A proposta da Câmara Municipal do Porto foi aprovada por maioria, com as abstenções da CDU e do BE. De uma forma geral, apontou a autarquia, todas as forças políticas consideram que a solução em causa “é a melhor para os primeiros anos de vida do equipamento municipal”.
De acordo com Rui Moreira, é fundamental, neste momento, “assegurar as condições necessárias ao início da operação do TIC”. “Dotar o equipamento dos recursos humanos e materiais imprescindíveis para garantir a qualidade de serviço que uma infraestrutura desta dimensão vai exigir”, sublinhou.
A intenção, segundo reforçou, é que a prestação de serviços decorra apenas nos primeiros três anos, “tempo necessário para que a STCP Serviços esteja capacitada para assumir a função de operação e manutenção do Terminal Intermodal de Campanhã”.
“Não havendo agora condições, só havia duas hipóteses: isto ou concessão, mas se fosse pela concessão a estratégia de mobilidade do Terminal Intermodal deixaria de estar na mão da Câmara, o que não justificaria o esforço financeiro que está ali a ser colocado”, justificou.
O concurso público internacional para a prestação de serviços para a operação e manutenção do Terminal Intermodal de Campanhã apresenta um preço-base de cerca de 6,35 milhões de euros (sem IVA), com a previsão de receitas, em três anos, na ordem dos 1,4 milhões de euros.
Note-se que o Terminal Intermodal de Campanhã é uma obra esperada há mais de uma década pela população, que se traduzirá num “projeto revolucionário para os transportes e para a mobilidade no Porto”. Em causa, como explicou o diretor municipal de Mobilidade e Transportes, Manuel Paulo Teixeira, está a redução, “em apenas cinco anos, de cerca de 1.776 toneladas equivalente a petróleo”.
Além disso, o equipamento será também pioneiro “no campo da sustentabilidade ambiental”, uma vez que seguirá a estratégia de “retirada gradual dos transportes pesados de passageiros dos centros urbanos”, que tem já sido implementada em outras cidades europeias.
“A retirada de cerca de 1.000 autocarros por dia do centro da cidade, aliado ao facto de se evitar, em cinco anos, a largada de cerca de 5,7 toneladas de CO2 para a atmosfera neste núcleo urbano, são motivos por si só suficientes para o TIC ser hoje estrela com honras de protagonista no enredo da mobilidade no Porto”, lê-se na nota divulgada pela Câmara Municipal.
Para Pedro Braga de Carvalho, deputado do PS, o TIC permitirá também “criar uma nova centralidade em Campanhã, freguesia que tem merecido um acompanhamento cuidado e próximo do desenvolvimento da cidade”.
