
A sessão está marcada para esta quinta-feira, pelas 21h30, e são oradores o jurista e político Guilherme d’ Oliveira Martins e o jornalista e escritor José Carlos Vasconcelos.
Como explica o comunicado da Cooperativa Árvore, a conferência inscreve-se nas referências que estiveram na base da sua formação, nomeadamente como “um espaço de liberdade caracterizado pelo sadio confronto de ideias”, e nos valores defendidos ao longo destas cinco décadas para a divulgação dos valores culturais e da cidadania.
Este ciclo de conferências “Cultura e cidadania” prestou já homenagens a personalidades da cultura, do saber e da sociedade portuguesas, entre eles Álvaro Siza Vieira, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Albano Martins, Olga Prats, Jorge Pinheiro, Alexandre Quintanilha e Miguel Vieira, na semana passada, e agora de Ramalho Eanes.
General do Exército na reserva, António Ramalho Eanes foi o 16.º presidente da República Portuguesa e o primeiro democraticamente eleito por sufrágio direto e universal após a revolução de 1974, ocupando o cargo entre 1976 e 1986.
Antes disso, era já conhecido publicamente por ter sido uma das figuras destacadas do golpe de 25 de Novembro de 1975.
Ao longo da sua carreira militar, participou na Guerra Colonial, cumprindo comissões na Índia Portuguesa, Macau, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Encontrava-se nesta última ex-colónia quando aconteceu o 25 de Abril, com o que aderiu ao Movimento das Forças Armadas e regressou ao continente. Foi diretor e administrador da RTP, Chefe do Estado-Maior do Exército e Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas antes de ser eleito Presidente da República.
Após deixar as funções de Chefe de Estado, assumiu a presidência do PRD – Partido Renovador Democrático, da qual viria a demitir-se após cerca de um ano. Foi ainda deputado à Assembleia da República.
Além disso, ao terminar as funções na Presidência da República, abraçou um trabalho de investigação científica com vista à obtenção do doutoramento (sob o título “Sociedade civil e poder político em Portugal”), o que o tornou num caso inédito em Portugal e raro na Europa. Obteve o doutoramento em Filosofia Política pela Universidade de Navarra, em 2006.
O ex-Presidente voltaria ainda a ser alvo de particular atenção pública ao recusar a promoção a marechal, em 2000, e ao recusar receber um milhão de euros em retroativos do Estado a que tinha direito pela reforma como general, em 2008.
Condecorado com sete títulos de ordens honoríficas e militares nacionais e 24 estrangeiras, Ramalho Eanes é, atualmente, membro do Conselho de Estado a título vitalício e presidente do Conselho de Curadores do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.