
A Casa da Arquitectura inaugura esta sexta-feira, pelas 21h30, as exposições “Infinito Vão – 90 anos de Arquitectura Brasileira” e “Duas casas – Paulo Mendes da Rocha”. O evento inaugural estende-se ao longo do fim de semana, com uma programação especial e gratuita, que inclui visitas guiadas, conferências, filmes, lançamentos e até um concerto de Adriana Calcanhotto concebido especialmente para este momento.
“Infinito Vão” é o resultado de um processo de dois anos de trabalho que a Casa da Arquitectura (CA) levou a cabo no Brasil, reunindo um património com mais de 200 doações que vai integrar o acervo permanente da Casa.
A mostra, que se estende por perto de mil metros quadrados de área expositiva da CA, agrega mais de 50 mil documentos doados, originais, como fotografias, maquetas, desenhos rigorosos, cartas, filmes, dossiês.
“Esta coleção torna-se num dos maiores acervos organizados da arquitetura brasileira”, disse à agência Lusa o diretor da CA, Nuno Sampaio, referindo que esta é também a primeira exposição a nascer a partir do arquivo permanente da Casa da Arquitetura.
A Coleção Brasil, com curadoria de Fernando Serapião e Guilherme Wisnik, mostra a “diversidade da produção arquitetónica da modernidade à contemporaneidade ao longo de 90 anos de arquitetura brasileira”, contando com mais de 4.700 peças físicas e 45.500 peças digitais, entre textos, desenhos e maquetes, generosamente entregues por mais de 150 doadores.
A “Casa das Canoas”, do arquiteto Oscar Niemeyer, “A “Casa Bola”, do arquiteto Eduardo Longo, “Museu brasileiro da Escultura”, de Paulo Mendes da Rocha, “Pavilhão das Humanidades”, de Carla Juaçaba, “Instituto Moreira Sales”, de Andrade Morett, ou “Hospital Sarah Kubitschec”, de João Filgueiras Lima, são algumas das obras que Nuno Sampaio destacou entre os 103 projetos doados que estão patentes na exposição.
“Infinito Vão” é constituído por uma exposição, uma publicação, uma plataforma digital de investigação e um programa de atividades levadas a cabo nos dois países, Portugal e Brasil, e pretende, através de cruzamentos com a música, cinema e literatura, “dar a conhecer a arquitetura brasileira a novos e mais generalizados públicos de distintas geografias internacionais”, refere a organização.
A exposição fica patente na CA até 28 de abril de 2019. Ao longo dos próximos sete meses, desenrola-se, na CA, o “Programa Paralelo”, que engloba um ciclo de cinema, concertos, debates e conferências.
Em simultâneo à exposição “Infinito Vão”, a Casa da Arquitetura vai também inaugurar “Suas casas”, de Paulo Mendes da Rocha. São duas casas familiares que permitem uma viagem diferente ao universo criativo do arquiteto. Trata-se da Casa Gerassi, em São Paulo, e a Casa da Rua do Quelhas, em Lisboa, assinada em parceria com Inês lobo, desenhadas com uma distância temporal de trinta anos entre uma e outra. As maquetas foram concebidas de propósito para esta apresentação em Matosinhos. São acompanhadas de fotos de Leonardo Finotti e de um registo audiovisual. “Suas casas” fica patente até dia 10 de fevereiro de 2019, na Galeria da Casa, e tem a curadoria de Nuno Sampaio, Fernando Serapião e Guilherme Wisnik.
Fim de semana inaugural
A inauguração acontece esta sexta-feira com a abertura da exposição “Infinito Vão”, com visitas guiadas pelos curadores, e da mostra “Duas Casas”, na Galeria da CA.
O evento inaugural estende-se ao longo do fim de semana propondo conferências, cinema, lançamento de livros e um concerto. Os três dias são de entrada livre.
De referir que Adriana Calcanhotto dá um concerto concebido especialmente para este momento este sábado, dia 29, às 21h30, e no domingo, está marcada uma conferência com o arquiteto e Pritzker brasileiro, Paulo Mendes da Rocha, pelas 18h30.