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Armazéns Cunhas

Armazéns Cunhas

Em mais um mês da rubrica “Lojas Históricas”, a VIVA teve a oportunidade de conhecer os Armazéns Cunhas. A loja em questão faz parte do programa “Porto de Tradição” e é uma loja centenária da cidade Invicta.

Fica na Praça de Gomes Teixeira, no “coração” do Porto, e desde a sua génese, às melhores recordações do espaço, foi possível saber um pouco mais sobre os Armazéns Cunhas.

Como e quando surgiu a ideia de abrir o estabelecimento? 

Os Armazéns Cunhas (Cunhas & Companhia Lda) já existem desde 1889, mas só em 14 de Dezembro de 1917 foi constituída como Cunhas & Companhia Lda, sociedade por cotas de responsabilidade limitada na cidade do Porto, sendo o seu fundador José de Almeida Cunha.

É um negócio familiar?

É um negocio familiar que já vai na 4ª geração. Fundado por José Almeida Cunha, passando para José Oliveira (meu avô), depois para Dr. Joaquim José Bravo de Oliveira (meu pai), oftalmologista mas sempre mantendo o negócio que o pai lhe deixou e atualmente Dr. João Bravo de Oliveira. O fundador tinha o nome de Cunha, daí Armazéns Cunhas. O edifício onde estão os armazéns é arte nova, sendo o arquiteto Manuel Marques o responsável por esta edificação arquitetónica com a fachada que ainda hoje existe desde 1935 e com a colocação do pavão real no topo da fachada que representa a imagem típica de arte nova.

Têm alguém que trabalhe convosco já há bastantes anos?

Sim, temos uma funcionária que trabalha aqui desde 1970, há 54 anos!

Fale-nos um pouco sobre o que podemos encontrar neste espaço.

Podemos encontrar, neste espaço, além da história que tem, artigos têxteis-lar como colchas , jogos de lençóis e banho, cobertores, toalhas de mesa, panos de cozinha, roupa interior de homem e de senhora como pijamas, robes, camisolas interiores, peúgas, etc. Vendemos também há muitos anos batas brancas e batas de empregada, fornecendo ao longo dos anos muitas universidades e instituições.

O que sentem que mudou desde a abertura? Houve um aumento de produtos com o passar dos anos, por exemplo, ou a oferta mantém-se a mesma?

Com o decorrer dos anos alguns produtos mantiveram-se, mas outros desapareceram. Vendiam-se muitos tecidos a metro, coisa que nos dias de hoje já é raro, porque a sociedade mudou e a forma de viver é completamente diferente. Algumas e boas fábricas têxteis desapareceram pois não houve por parte do estado investimento neste setor.

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Quais são as histórias caricatas que guardam essas quatro paredes?

Esta firma é a sócia nº 20 da associação dos comerciantes do Porto, sendo uma das casas comerciais mais antigas desta cidade. Neste ramo, arrisco a dizer que é sem dúvida nenhuma a mais antiga da cidade. Participou na Exposição Colonial do Porto em 1934, com um pavilhão próprio, tendo como referência a “Rosinha”, a Vénus negra proveniente da Guiné.

Quais as melhores recordações da casa?

As melhores recordações são, sem dúvida nenhuma, as memórias que guardo do meu pai e do meu avô e dos tempos que andava aqui a correr e a brincar.

Recebem, certamente, a visita de inúmeros turistas. Qual é a sua reação quando veem o espaço e conhecem toda a sua história?

Sim, a maior parte dos nossos clientes nos dias de hoje são turistas e adoram a loja pois recordam (os mais velhos, claro) os tempos antigos e ficam admirados como uma loja tão antiga ainda existe e persiste nos dias de hoje, onde a especulação imobiliária é enorme. Nós ainda resistimos!

Quais os melhores elogios que já receberam?

Os melhores elogios que recebemos são a admiração e a alegria de verem como está conservada a loja e pedem-nos constantemente para nunca fecharmos pois já há poucas lojas como esta.

Na vossa opinião, o que distingue este espaço dos restantes?

A antiguidade é certamente uma delas e também a qualidade dos nossos artigos que faço questão que sejam todos fabricados em Portugal.

Qual o balanço que fazem desde a abertura do espaço? Quais são as perspetivas para o futuro?

É um balanço muito positivo , senão não estávamos aqui há mais de 100 anos e vamos tentar estar mais 100.

Qual é a importância de estarem abrangidos pelo programa “Porto de Tradição”?

É importante, no fundo é um reconhecimento do nosso trabalho e da nossa existência.

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