O Conselho de Ministros aprovou esta quarta-feira, 23 de abril, um aumento de 62 milhões de euros no investimento da Metro do Porto, destinado à expansão da rede no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O reforço incide sobre as intervenções em curso na Linha Rubi (Casa da Música–Santo Ovídio) e no corredor BRT Boavista–Império.
Segundo o comunicado do Governo, além do reforço orçamental, foi também aprovado o reescalonamento da execução financeira e autorizada despesa adicional para a manutenção do sistema de sinalização da futura Linha Rubi.
Este anúncio surge na sequência das declarações do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que na semana passada já tinha adiantado um reforço de 50 milhões de euros para a Linha Rubi, aprovado em sede de reunião de secretários de Estado.
Custo da Linha Rubi sobe para 485 milhões — e pode aumentar
O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, confirmou no dia seguinte que o custo total da Linha Rubi, atualmente fixado em 435 milhões de euros, irá aumentar em pelo menos 50 milhões. A atualização deve-se à necessidade de ajustar a arquitetura financeira do projeto, para acomodar novas exigências técnicas, sobretudo ao nível da sinalização, que será distinta da atualmente usada para permitir maior frequência de circulação.
Tiago Braga sublinhou que esta situação “não é nada de novo”, referindo que situações semelhantes aconteceram na Linha Amarela e na Linha Rosa. O responsável adiantou ainda que poderão ocorrer futuros sobrecustos, associados a mecanismos de revisão de preços e à inflação dos custos na construção civil, nomeadamente ao nível dos recursos humanos.
“As contingências são próprias da natureza das obras”, explicou, recordando que a Linha Rosa também teve encargos adicionais com a construção do túnel. (via Porto Canal)
Abertura faseada a partir de 2026
A nova linha, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o rio Douro — a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha — reservada exclusivamente ao metro, a peões e bicicletas. A construção da ponte só deverá estar concluída em 2027, o que obriga a uma abertura faseada da linha a partir de 2026.
Do lado de Gaia, estão previstas as estações de Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida. No Porto, a linha servirá as zonas do Campo Alegre e da Casa da Música.
Apesar de o prazo de conclusão da empreitada estar contratualmente previsto para o final de 2026, de acordo com o Porto Canal, fonte da Metro do Porto admitiu que os trabalhos da nova ponte poderão prolongar-se até 2027, estando em causa sobretudo os acabamentos.
