A Câmara do Porto aprovou esta quarta-feira por unanimidade o documento consensualizado com estruturas culturais presentes na reunião ocorrida no Teatro Rivoli.
Assim como é indispensável uma revisão aos valores de financiamento atribuídos à região Norte do país, todas as forças políticas consideraram, também, que é preciso rever o modelo do concurso da Direção Geral das Artes (DGArtes) para o próximo quadriénio de apoios.
Manuel Pizarro, do PS, apoiou “inteiramente a posição conjunta do presidente da Câmara e dos agentes culturais”. Para o socialista, é nítido que “há um problema de subfinanciamento que condiciona o concurso”. Mas, mesmo que não houvesse, admitiu, parte de pressupostos errados, desde logo, pelos desequilíbrios regionais que provoca.
Já Álvaro Almeida, vereador eleito pelo PSD, referiu que subscrevia, no essencial, “o conteúdo da moção”, mas divergiu no primeiro ponto do documento, que pede a reposição dos valores das verbas de 2009. Isto porque à altura “o país estava na bancarrota” e, na sua opinião, voltar seria “repetir os mesmos erros do passado”. Sobre esta observação, o presidente da Câmara do Porto explicou que a referência se devia “à data do último concurso”.
Apesar desta discordância, Álvaro Almeida entendeu que o Município do Porto deve opor-se, com firmeza, “à diferenciação por regiões das dotações do concurso”.
No que à CDU diz respeito, Ilda Figueiredo interveio para referir que, face à proposta de Rui Moreira, pretendia retirar a sua moção, por considerar que as suas preocupações “ficam também vertidas neste documento”. Sobre o tema, quis referir ainda que o “financiamento às artes é um problema central”, lamentando que num momento em que há tanto dinheiro para cobrir os défices da banca, “não haja mais sete milhões de euros para a Cultura”.