
Tal como a VIVA já tinha noticiado, estava previsto e a Assembleia Municipal do Porto aprovou, esta segunda-feira, 3 de fevereiro, a aquisição do edifício que serve de sede à Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) desde 2008.
O imóvel, que será adquirido por 4,3 milhões de euros, passará a integrar o património municipal e será convertido num centro de apoio ao empreendedorismo. A proposta foi aprovada com a maioria dos votos favoráveis dos partidos representados, com exceção da CDU e do Bloco de Esquerda, que se manifestaram contra.
Segundo a autarquia, o presidente da Câmara, Rui Moreira, enfatizou que a decisão visa responder à crescente procura por espaços destinados a startups na cidade. Segundo o autarca, o mercado imobiliário aquecido representa um risco para a permanência de novos negócios no Porto, tornando essencial a criação de infraestruturas municipais para garantir o apoio ao empreendedorismo local.
Além disso, Moreira desmentiu quaisquer suspeitas sobre a transparência do processo, assegurando que o valor de compra do edifício reflete uma avaliação justa e objetiva.
Durante a sessão, José Maria Montenegro, deputado do movimento “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, sublinhou que a situação financeira delicada da ANJE levanta questões sobre as dificuldades das associações fora de Lisboa. Para Montenegro, esta realidade exige uma reflexão mais aprofundada sobre os desafios da descentralização económica em Portugal.
Outros partidos também expressaram as suas posições. Pelo PS, Marco Leitão destacou o papel relevante da ANJE na promoção do empreendedorismo jovem, considerando que a aquisição do imóvel permitirá reforçar os investimentos municipais nessa área. Já Rodrigo Passos, do PSD, recordou que a ANJE foi uma resposta ao centralismo nacional nos anos 90 e defendeu que a compra do edifício garantirá a continuidade desse espírito inovador.
A transição do edifício para a gestão municipal será feita de forma faseada. Durante dois anos, a ANJE permanecerá no espaço, pagando uma renda mensal de 24.875 euros ao município. Neste período, a Câmara planeia estruturar o novo centro de apoio ao empreendedorismo, que deverá integrar diversas empresas e iniciativas ligadas à inovação e ao desenvolvimento de negócios na cidade.
Atualmente, o edifício já acolhe mais de 50 empresas, através de contratos de serviços de incubação, coworking e gabinetes.