
A “Rota Porto Liberal” promove “novos percursos culturais e turísticos de um Porto Liberal que, no século XIX, foi arauto de liberdade, prosperidade, igualdade e tolerância e que continua, até aos nossos dias, a defender o Liberalismo e os seus ideais como património imaterial”, anuncia a Irmandade da Lapa, em comunicado.
Com este projeto, a Irmandade da Lapa, em parceria com a Câmara do Porto, Museu Militar do Porto (Exército Português), Direção-Geral do Património Cultural, Santa Casa da Misericórdia do Porto (Museu e Igreja) e Direção Regional de Cultura do Norte, pretende dar a conhecer alguns dos acontecimentos e locais mais relevantes da cidade do Porto de Oitocentos.
Anunciada em fevereiro passado e concretizada no passado sábado, dia 8 de julho – data em que no ano de 1832 as tropas de D. Pedro desembarcaram no Mindelo para entrarem no Porto e darem um dos importantes passos contra as forças absolutistas de D. Miguel – esta “Rota Porto Liberal” está, contudo, “aquém e além do objetivo de dar a conhecer o Cerco do Porto”, antes assinalando lugares, edifícios, ruas, paisagens, coleções, memórias e outros elementos que permitirão a qualquer interessado “conectar-se com as pessoas que, no século XIX, fizeram Invicta esta que já era a ‘mui nobre e sempre leal’ Cidade do Porto”.
O protocolo agora assinado prevê a promoção contínua da revisitação histórica dos acontecimentos ligados aos movimentos liberalistas e contribuir para a sua projeção na memória, coletiva e individual, conforme explicou o Professor Francisco Ribeiro da Silva, mesário da Irmandade da Lapa, entidade onde está depositado o coração de D. Pedro IV (I do Brasil) – O Rei Soldado, ícone do Liberalismo Português.
Já para o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, este novo produto cultural baseado no património da cidade constitui “motivo de contentamento” já que “vai permitir a quem nos visita, aqui reside ou estuda ficar a conhecer melhor este período histórico” através de elementos da arquitetura, do património, da arte pública e outros.
A “Rota Porto Liberal” não se destina especificamente a turistas, antes pretendendo marcar e sublinhar o que é “um traço forte da história da cidade” que foi palco de diversos episódios e movimentos fundamentais para a liberdade no país. “Os habitantes e os líderes do Porto têm sido responsáveis por atos que permitiram a subsistência do liberalismo, desde logo face ao absolutismo monárquico”, salientou Ribeiro da Silva.
A “Rota Porto Liberal” – que já pode ser descarregada ou visualizada em telemóveis, tablets ou computadores (http://www.porto.pt/assets/misc/documentos/2017/Porto_Liberal_Rota_08_07_2017%2023.29.19.pdf) – integra, entre outros locais, o Museu Militar do Porto, a Biblioteca Pública Municipal do Porto, o Mosteiro da Serra do Pilar, a Casa de Fonseca Guedes, o Museu e Igreja (Misericórdia do Porto), a Cadeia e Tribunal da Relação e o Museu Nacional Soares dos Reis.